Após quatro meses em greve, o primeiro dia de aula no câmpus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que ocorreu nesta segunda-feira (24), foi marcado por dúvidas de alunos e professores de como será a feita a reposição das aulas na instituição. Nesta terça-feira (25), haverá uma reunião interna de instrução no câmpus para discutir casos específicos. A redefinição oficial do calendário para todos os câmpus que estavam em greve será feita em uma sessão do Conselho de Graduação e Educação Profissional (Cogep), a ser realizada no dia 5 de outubro.
A professora de Letras Naira Nascimento e o professor de Comunicação Institucional Wilson Fred de Oliveira voltaram ao Câmpus Curitiba da UTFPR nesta segunda-feira sem terem recebido nenhum comunicado oficial da instituição e disseram não saber nada a respeito do futuro das aulas. "Eu ainda não entrei em sala, não sei como será essa retomada. Só aguardo as reuniões que estão marcadas para os próximos dias", afirmou Naira. Já Wilson diz ter sido normal o retorno. "Estamos tentando recuperar o fio de onde paramos. A turma estava completa, chegaram alguns alunos atrasados, mas são os que já chegavam atrasados antes", disse.
Segundo o professor de História e chefe do Departamento de Estudos Sociais Gastão Vieira de Alencar Júnior, a expectativa é que o calendário só se normalize em dois anos. Até lá o mais complicado será reajustar a grade de disciplinas. Dos 22 professores de Estudos Sociais, onze não paralisaram as aulas, incluindo o chefe do departamento. Por isso, os alunos têm vários horários vagos por semana, reservados para aulas que já tiveram durante a greve.
"Pelo horário de aulas do primeiro semestre eu deveria dar aula nos dois primeiros horários de hoje, mas já dei essas aulas durante a paralisação. Eu finalizei o primeiro semestre, agora tenho de esperar começar o segundo", contou Gastão. Nos horários em que os alunos teriam as aulas que já foram dadas pelos professores que não participaram da greve, eles estão liberados para voltar para casa ou aguardar a aula de outras disciplinas que foram interrompidas.
Apesar de já ter cumprido suas aulas, Gastão conta que está assumindo uma nova turma. Ela era responsabilidade de um professor temporário, cujo contrato já terminou. "Não concordo em ter aluno em corredor e nem em ter pai achando que o filho está tendo aulas quando não está. Então vou assumir essa mais essa turma para que os estudantes não sejam prejudicados", disse.
Aulas nas férias?
De acordo com o estudante de Engenharia Elétrica Guilherme Henrique Fukushima, 19 anos, como todos os seus professores aderiram à greve, a volta às aulas parece tranquila. Já com relação ao futuro do calendário, há muitas dúvidas. "Talvez a gente termine o primeiro semestre em novembro e aí em dezembro comece o segundo. Uma amiga falou também que só vamos ter 15 dias de férias até 2015 para repor todas as aulas, mas eu não sei", comentou.
As amigas Carolina Rodelli, 18 anos, Maria Eduarda Possanai, 17 e Daphine Zandona, 17, estudantes de Comunicação Institucional, contaram que não houve conteúdo neste primeiro dia. "Teve apresentação de trabalhos que já estavam prontos e que só faltava apresentar quando começou a greve", disse Carolina. Para Maria Eduarda, esta segunda-feira foi para relembrar conteúdos já estudados e Daphine disse que deve demorar até que os estudos se normalizem. "Esse tempo todo de greve atrapalha, antes a gente tava no pique e agora fica difícil retomar. Durante o tempo sem aula a gente até fala que vai estudar, mas acaba não pegando no livro", disse.
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