Lugar reservado ao prefeito Rafael Greca (DEM) vazio no primeiro debate da Band| Foto: Band Paraná
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Em um encontro morno e em clima cortês e, ainda, com a ausência do atual prefeito Rafael Greca (DEM), os sete políticos que participaram do primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de Curitiba souberam aproveitar a primeira aparição na televisão para se apresentarem e mostrarem suas bandeiras. A análise é da cientista política e especialista em debates eleitorais Sandra Avi dos Santos, diretora do Instituto Pólis, Pesquisa e Estratégia.

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“O primeiro debate é um dos mais importantes, principalmente para os candidatos novos. É quando eles se apresentam ao eleitor e mostram as ideias que defendem. E parece que eles fizeram bem a lição de casa. Todo mundo defendeu sua bandeira, se apresentou, mostrou de que lado está e o que pretende fazer”, avalia. “Houve poucos ataque, eles tentaram passar uma postura de equilíbrio e serem propositivos. E conseguiram. A partir de um segundo debate, o clima tende a esquentar”, prevê. Para ela, no espectro ideológico, a posição de cada candidato ficou bastante clara. “Praticamente não tem centro, todos eles se posicionaram mais à direita ou mais à esquerda”.

A cientista política avalia, ainda que a ausência do prefeito Rafael Greca favoreceu seus adversários. Greca foi diretamente criticado em, pelo menos, 10 das 24 interações entre os candidatos durante o programa. “O prefeito tem ótima oratória e um jeito carismático que se sai bem em qualquer pergunta. Sem ele, os opositores se sentiram mais confortáveis para fazer as críticas sem serem rebatidos. Até quem não vota no Greca gosta de vê-lo nos debates por conta de seu desempenho”, cita.

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Sandra também comenta que a expectativa de que a pandemia fosse o tema central das discussões não se confirmou. “A pandemia foi bastante citada sim, mas como pano de fundo, para se discutir, principalmente a questão da retomada econômica, do combate ao desemprego, das políticas de renda e, também, a educação, no que diz respeito à retomada das aulas presenciais”.

A especialista ainda se disse surpresa com a diversidade dos temas debatidos. “Debates para prefeito prendem-se muito em saúde, educação e segurança pública. Mas vimos discussões sobre mobilidade urbana, meio ambiente, políticas para a mulher, pessoas em situação de rua. Eles conseguiram ressignificar alguns temas, e isso é importante”, conclui.

Pouca interação nas redes sociais

O Instituto Polis também monitorou a temperatura do debate nas redes sociais, mas a interação foi baixa. No Twitter, durante as quase duas horas de programa, houve somente 270 menções ao debate de Curitiba, “e, nitidamente, de cabos eleitorais”, cita a cientista política. No Facebook, o vídeo com a transmissão oficial do debate na página da Band Paraná recebeu 3 mil comentários. “Mas, mais uma vez, na grande maioria, cabos eleitorais. Perfis já com o selinho do candidato na foto”, aponta.

Para Sandra Avi dos Santos, o horário do debate, que começou às 22h30 pode ser um dos fatores que influenciaram esse baixo interesse nas redes sociais. “Uma das maiores críticas para quem estuda debates é que, no Brasil, eles ocorrem em horários muito ruins, muito tarde, quando as pessoas já estão cansadas, com sono, o que diminui a audiência e o interesse. Nos Estados Unidos, por exemplo, os debates são em horário nobre. Mas o debate, apesar da importância, aqui, para muitos, ainda não é visto como ponto central da campanha”, comenta.

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