Com 44 anos, o empresário e ex-deputado federal João Arruda é o candidato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) nas eleições de 2020 à prefeitura de Curitiba. Logo abaixo, ele responde a três perguntas feitas pela Gazeta do Povo. Confira:
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Por que, se eleito, será um bom prefeito e o que a sua candidatura se diferencia das demais?
É uma visão de mundo diferente principalmente da do atual prefeito. Eu entendo que existe uma Curitiba preto e branco, existe a Curitiba dos bairros, das valetas a céu aberto, das ruas não pavimentadas, das crianças sem escola. A visão do prefeito é a visão da Curitiba colorida, que só existe nos programas eleitorais.
Esta visão faz com que eu esteja mais credenciado para assumir a prefeitura de Curitiba e estabelecer novas prioridades em relação aos investimentos nos bairros da nossa cidade, na educação, na saúde e no desenvolvimento econômico. Quero criar uma universidade do trabalhador para qualificar mão de obra. Quero criar uma agência do empreendedor para que a gente possa ajudar na produção. Curitiba precisa se reinventar depois da pandemia e da crise.
Eu fui deputado federal. Em Brasília, aprovei projetos importantes. Relatei a Lei do Simples Nacional, fui o presidente da comissão especial da lei anticorrupção, do marco civil da internet. Tudo isso me isso me deu bagagem e experiência. Concluí dois mandatos como deputado federal. Sou empresário aqui em Curitiba. Voltei para Curitiba depois. Fui candidato a governador, não fui candidato à reeleição. Vi uma realidade difícil da nossa cidade e com experiência que trago dos mandatos que exerci, tenho certeza de que vou conseguir colocar em prática tudo aquilo que muito sonho para a cidade, mas infelizmente hoje falta.
Um dos focos do seu programa de governo é a educação. Para ela, pretende destinar 30% do orçamento municipal (atualmente são 26%). De onde pretende retirar os recursos adicionais? Que áreas podem perder fatias no orçamento?
A comunicação e publicidade. Os investimentos são muito altos. Não existe nem campanhas educativas. Assim como a revisão de alguns contratos vai fazer com que sobre dinheiro, eu tenho certeza disso. Como, por exemplo, essa subvenção maluca do transporte coletivo.
Não pode existir subvenção para o transporte coletivo sem uma redução de tarifa. Os nossos estudos, que os técnicos fizeram e nos apresentaram as planilhas, indicam que, com uma subvenção de, em média, R$ 200 milhões entre governo do estado e prefeitura todo ano para as empresas de transporte coletivo, tinha que haver uma redução de pelo menos 30% do preço da passagem.
Nós encontraremos outras alternativas de custeio em relação ao transporte coletivo e também em relação à máquina pública. E revisão do contrato de tecnologia. Revisão do contrato de lixo: um modelo primitivo e ultrapassado, que custa muito para os cofres públicos. Eu tenho certeza de que vai sobrar muito dinheiro e esse dinheiro será bem aplicado em investimentos em infraestrutura das escolas, assim como na valorização do professor.
Por que a sua candidatura vem questionando sistematicamente as pesquisas eleitorais para a Prefeitura?
Eu não acredito nas pesquisas eleitorais. Eu entendo que elas não passam o retrato da campanha e não indicam os possíveis números que ocorrem geralmente no dia da eleição. Existem pesquisas fraudulentas, existem pesquisas mal-intencionadas. Não são todas. O Ibope por exemplo, nem imagino que o Ibope esteja prestando um serviço para um candidato aqui no Paraná. Não acredito nisso. Mas a pesquisa do Ibope é o retrato do momento. Durante um período de pandemia, em que as pessoas estão completamente isoladas e só entram no processo eleitoral nos últimos três ou quatro dias - historicamente as eleições do Paraná têm mostrado isso -, a pesquisa acaba sendo um banho de água fria para candidaturas. E sendo que o processo muda muito na reta final de campanha eleitoral. Isso desestimula candidatos. Por isso que eu defendo mudança na legislação. Agora, não é para essa eleição. Não é uma perseguição em relação como as pesquisas estão me posicionando. É uma posição que eu tenho. Em Brasília, inclusive eu entrei com o projeto de regulamentação das pesquisas eleitorais. Porque eu defendo a pesquisa interna durante a campanha eleitoral. Porque a pesquisa que é divulgada - entendo também o papel da Gazeta do Povo, da Globo e dos veículos de comunicação estabelecerem critérios para as participações de candidatos. Mas, isso a gente pode rever com o novo modelo eleitoral que precisa ser estabelecido, com cláusula de barreira para participação de candidatos. Não dá para ter 16 candidatos em Curitiba. Como é que um jornal, uma televisão vai fazer um debate no meio de uma pandemia. A confusão fica muito grande, fica muito complicada, difícil. Então, é preciso de instrumentos para estabelecer o número máximo de candidatos, que todos tenham representação (no Congresso). É lógico, eu não quero acabar com a democracia e a possibilidade de participação das pessoas nas campanhas eleitorais. Mas, o número máximo de 10 candidatos, por exemplo. Tem candidato que não tem nem tempo de televisão, não tem deputados federais, não tem representação na Câmara, para fazer um debate tem que chamar esse candidato. E a possibilidade de pesquisa apenas para campanhas eleitorais.
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