Jorge Brand, que aos 18 anos adotou o nome Goura Nataraj após uma viagem à Índia, tem graduação e mestrado em filosofia, além de ser professor de ioga. Atualmente deputado estadual em seu primeiro mandato, está disputando a prefeitura de Curitiba pelo PDT. Ele diz que quer uma Curitiba mais sustentável e mais engajada na geração de renda para seus moradores. Abaixo, Goura responde a três perguntas feitas pela Gazeta do Povo. Confira:
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Por que o senhor será um bom prefeito e o que diferencia sua candidatura das demais?
Estou servindo Curitiba e aos paranaenses como deputado estadual. Sou presidente da Comissão de Ecologia e Proteção dos Animais da Assembleia Legislativa. Fui vereador de Curitiba por dois anos, quando fui um dos líderes da oposição ao prefeito Rafael Greca e exerci o papel de um vereador, que é de fiscalizar os atos do prefeito.
Como vereador, tive a oportunidade de vivenciar a política local, a política dos bairros, a política das ruas, das esquinas e das praças. Como deputado estadual, estou podendo ver a importância de a gente pensar a metrópole Curitiba como uma cidade integrada com outros municípios, que deve assumir o seu caráter metropolitano, cosmopolita e do século 21.
Tenho um histórico que não é ligado apenas à política partidária. Estou discutindo as políticas públicas da cidade há bastante tempo: há mais de 20 anos praticamente. Eu nasci em Curitiba em 1979. E desde a minha adolescência, desde os meus 20 poucos e anos, estou envolvido em movimentos cívicos, movimentos sim que buscam a discussão sobre o espaço público, discussão sobre as políticas públicas de trânsito de mobilidade Todo esse tempo eu tenho agido de forma proativa em relação ao poder público envolvendo a sociedade de várias formas, buscando diálogos entre vários entes da sociedade civil e do poder público.
Sinto que estou sim preparado para essa empreitada, para esse enorme desafio, essa imensa responsabilidade de ser prefeito de Curitiba, respeitando prioritariamente isso que considero o cerne da política, a essência da política real, que é a democracia, é a participação, é a capacidade de escuta com todos os setores da sociedade, coisa que o atual prefeito tem demonstrado carecer.
Nós entendemos que Curitiba precisa de um prefeito que conjugue os verbos na primeira pessoa do plural, que saiba falar nós, que saiba convergir esforços de toda a sociedade na busca de políticas públicas que reduzam as desigualdades sociais na cidade, que promova a integração metropolitana e uma agenda econômica sustentável junto com uma agenda de preservação urgente do meio ambiente de recuperação dos rios. Também precisa estimular a mobilidade ativa, de transparência na gestão pública. É por isso que eu estou oferecendo meu nome aos curitibanos e curitibanas para ser prefeito da cidade.
Seu programa de governo destaca a necessidade de reduzir a dependência de repasses estaduais e federais. Como viabilizar isto, já que a economia não está aquecida – o que dificulta a arrecadação de impostos como o ISS - e seu plano prevê a manutenção de incentivos tributários e estabelecer a bonificação do IPTU?
Nós entendemos que é possível, sim, a redução desta dependência do Poder Estadual, do Poder Executivo Federal, no sentido que a gente cria um ciclo virtuoso de desenvolvimento local, integrado à região metropolitana, com geração de empregos, com fortalecimento da economia local.
É buscando uma economia limpa, com estímulos àquilo que já é uma tendência em Curitiba: uma economia de serviços, uma economia de alto valor agregado, de tecnologia de informação, de saúde, indústrias de saúde e contemplando muito um apoio aos pequenos empresários da cidade, aos microempreendedores, a uma economia descentralizada presente nos 75 bairros de Curitiba.
Nós queremos que a economia solidária esteja presente também em todos os bairros de Curitiba, pois ela proporciona inclusão social; proporciona renda para as famílias, muitas vezes carentes e proporciona dignidade também para pessoas por meio de uma atividade produtiva.
Curitiba é uma referência em diversas atividades econômicas ligadas à economia criativa como a gastronomia, o turismo, a moda, a publicidade e a cultura como um todo. Nós entendemos que é possível a gente ampliar e muito a renda e a economia local, por meio de uma posição muito mais proativa da prefeitura.
É sim possível, por meio dos nossos muito competentes auditores fiscais da prefeitura. São pouco mais de 100 auditores que atuam na prefeitura. A gente pode otimizar os processos atuais de arrecadação de tributos, sem aumentá-los, como fez o atual prefeito. Mas, simplesmente, a gente otimizando e melhorando os procedimentos de trabalho desses auditores, a informatização dos processos, garantindo muito mais diálogo com a população, para que esta entenda e veja para onde que os tributos arrecadados estão sendo direcionados, onde que o dinheiro público está sendo gasto com absoluta transparência, coisa que a gente não vê atualmente. Então, esta é uma visão que a gente defende por meio de várias frentes de ação e com uma perspectiva sistêmica sobre a cidade buscando a sustentabilidade real.
Sua carreira política é recente. Em 2016, foi eleito vereador; dois anos depois, deputado estadual. Se eleito, pretende ficar quatro anos à frente da prefeitura de Curitiba?
Se eleito prefeito de Curitiba, é um compromisso público de permanecer os quatro anos, cumprindo com todos os deveres e responsabilidades do cargo. Entendendo que há uma diferença entre estar representando a população no Poder Legislativo e do no poder Executivo. Eu, como vereador, cumpri o meu papel de fiscalização dos atos do prefeito. Fui eleito deputado estadual entendendo que é importante a gente pensar Curitiba no contexto metropolitano, na sua interconexão e interligação com os outros 28 municípios da região metropolitana. Curitiba é uma metrópole, é uma cidade que precisa ter políticas integradas. Por isso me candidatar a deputado estadual. Estou cumprindo o papel de fiscalizar e cobrar as políticas públicas por parte do Poder Executivo do Estado e, também, cobrei e sigo cobrando dos poderes executivos municipais, inclusive o de Curitiba. Se eleito prefeito, entendo que é uma outra dimensão. É uma necessidade, uma responsabilidade diferente. Responsabilidade de sim executar as políticas públicas e cumprir o mandato na íntegra, na sua totalidade. Esse é um compromisso nosso.
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