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Santinhos de candidatos a vereador e prefeito na eleição de 2016: campanhas eleitorais mudaram com a pandemia.
Santinhos de candidatos a vereador e prefeito na eleição de 2016.| Foto: Daniel Castellano/Arquivo/Gazeta do Povo

Em vez de comícios para multidões, pequenas carreatas. A pandemia da Covid-19 mudou o cenário das campanhas eleitorais em Curitiba. Com a saia justa de não poder causar aglomerações, mas precisando do “corpo a corpo” nas ruas, os candidatos optaram por ações mais discretas para marcar presença sem, no entanto, passar a imagem de desleixados com a saúde de seus possíveis eleitores.

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Curitiba assistiu a uma campanha eleitoral municipal bem menos barulhenta do que a de 2016. Naquele ano, a agenda dos candidatos estava repleta de comícios, jantares, encontros presenciais com entidades representativas e participações em eventos da cidade. Não que alguma dessas ações tenha sido proibida, já que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não fez grandes alterações entre as normas válidas para 2016 e 2020. Mas, neste ano, os postulantes à prefeitura preferiram mesmo migrar boa parte dessas ações para o ambiente online.

Eles até realizaram comícios, mas todos em locais abertos e com pequena concentração de pessoas – a exemplo da série de encontros promovida por alguns candidatos em um ato alternativo à ausência do atual prefeito, Rafael Greca (DEM), em debates no primeiro turno das eleições.

Mesmo o mais tradicional ponto de propaganda política na cidade, o calçadão da Rua XV, no Centro, exibia tendas e bandeiras de uma maneira morna. O corpo a corpo foi mais intenso apenas nessa reta final das campanhas eleitorais, quando os candidatos percorreram feiras e bairros populosos da cidade.

Advogado, cientista político e professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo, Francis Goes Ricken avalia que o esfriamento das campanhas será sentido. “A eleição municipal é muito de corpo a corpo. É muito do candidato em contato com seu eleitorado. Principalmente na de vereadores e isso acaba gerando efeito na eleição dos prefeitos”, diz. “Não tivemos os comícios, mas tivemos carreatas, caminhadas. Isso aconteceu, na medida do possível. Mas, o corpo a corpo no sentido tradicional não teve. Até porque fazendo isso, o candidato vai contra o seu eleitorado. É muito claro que hoje existe a necessidade de afastamento social. Tanto que não vi nenhum candidato negando a pandemia. Criar uma situação de aglomeração iria contra o candidato”, ressalta.

Ricken pondera, no entanto, que o crescimento do debate político no ambiente virtual, com as campanhas digitais, algo que se tornou evidentemente forte em 2018, pode amenizar os efeitos.

Para o publicitário, marqueteiro e produtor de vídeo Fábio Souza, que não atuou nesta eleição, é difícil definir quem se beneficia da diminuição do corpo a corpo por haver o fator digital com peso extra nessa disputa. Ele pondera, porém, que nomes pouco conhecidos tendem a levar a pior. “Quem já tem nome não precisa construir uma imagem. Por outro lado, os comícios custam caro e a ausência deles coloca os candidatos com menos recursos em pé de igualdade. Mas outras questões precisam entrar nessa conta. Principalmente como a campanha de tevê e a online foram estruturadas”, diz. “O aperto de mão ainda é persuasivo. Deve voltar em eleições futuras”, descreve.

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