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Campanha eleitoral teve de ser adaptada para os desafios trazidos pela pandemia.
Distanciamento social fez estratégias online ganharem mais espaço.| Foto: Unsplash

A pandemia de coronavírus trouxe inúmeras mudanças na vida e rotina dos curitibanos e com as campanhas eleitorais não foi diferente. O aperto de mão entre candidato e eleitor, quando ocorria, virou “cumprimento de cotovelo” e os palanques, muitas vezes, viraram transmissões ao vivo.

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A nova realidade desafiou os responsáveis por pensar no marketing dos candidatos e fez o meio online ganhar mais importância. “A pandemia fortaleceu o trabalho das redes sociais, sem nenhuma dúvida, reduzindo drasticamente o corpo a corpo, visitas, encontros regionalizados”, afirma a coordenadora de comunicação da campanha de Rafael Greca (DEM), candidato à reeleição em Curitiba, Mônica Santana.

Um “exército” de mobilizadores online que, em alguns momentos, chegou a passar de mil pessoas, foi a estratégia utilizada pela campanha do candidato do PDT, Goura Nataraj. “Lançamos um formulário para cadastrar voluntários e logo nos primeiros dias, mais de 700 pessoas se inscreveram para receber e compartilhar nossos materiais online, gerando engajamento nas redes”, afirma Leonardo Baggio, responsável pelas redes sociais da campanha.

As estratégias usadas deram certo, uma vez que Greca e Goura – que tem menos da metade do número de seguidores online que o prefeito - revezaram, ao longo das semanas de campanha, a liderança de um Índice de Popularidade Digital (IPD), elaborado pela consultoria Quaest para a Folha de São Paulo. O índice avaliou o desempenho dos candidatos no Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, Wikipedia e Google. Embora o IPD tenha sido contestado como sendo pesquisa eleitoral sem registro prévio, decisão da Justiça Eleitoral no processo Nº 0600142-89.2020.6.16.0004 afastou essa possibilidade.

As campanhas no rádio e TV acabaram na quinta-feira (12) e os partidos não podem mais fazer postagens online depois do sábado (14). No entanto, os sites e páginas dos candidatos podem ficar no ar e, segundo especialistas, devem ser uma ferramenta essencial para que os eleitores indecisos escolham seus candidatos. “O brasileiro indeciso vai deixar para escolher seu candidato na última hora e pra isso vai usar a internet. Seja para consultar o número da legenda, seja para checar quais candidatos os amigos mais ‘politizados’ apoiaram ao longo da campanha... Isso vai ter uma importância grande”, afirma a especialista em estratégias eleitorais e pesquisadora do Instituto Polis, Francieli Maginelli.

Campanha principal ainda é “corpo a corpo”

Apesar da crescente importância das redes, especialistas afirmam que a presença física do candidato, ainda que notada através da rede, continua a ser o principal aspecto de uma campanha.

“As redes sociais têm muita importância porque trazem um posicionamento imediato do candidato em relação aos fatos que acontecem ao longo da campanha. Mas o que as pessoas procuram é também o ‘corpo a corpo’. Elas podem não sair de casa, mas elas notam, pelas redes, que o candidato foi até o bairro delas, e valorizam isso. Um candidato que posta de dentro do escritório é visto como intocável”, afirma Manginelli.

Esse aspecto foi levado em conta pelos responsáveis pelo marketing. “As redes tinham a mesma importância que os demais meios, em algum momento um pouco mais, outro um pouco menos.  Nas redes mostramos o conteúdo mais leve, divertido e didático”, afirma Mônica Santana.

A opinião é compartilhada pelos comunicadores da campanha pedetista: “a internet teve um papel fundamental, mas ir pra rua - claro que com todos os cuidados - é insubstituível”, diz Leonardo Baggio.

Quem só teve as redes

Para os candidatos que não tiveram tempo de propaganda gratuita na televisão e rádio, as redes sociais foram os principais meios de divulgação. “A rede social foi fundamental para levar as ideias e propostas dos nossos candidatos. No Paraná todo investimos em boas produções de vídeo e imagem, para chegar com qualidade às pessoas que estavam em casa. Também investimos muito em lives como mais um espaço de discussão da política e de como melhorar a vida das pessoas, para possibilitar o debate”, diz Rafael Freire, que coordena a comunicação da Rede Sustentabilidade no estado.

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