Candidato à reeleição, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), submeterá sua administração à avaliação dos eleitores, no próximo domingo, sem ter participado de nenhum debate ou qualquer evento de campanha em que confrontasse adversários. Ao responder as três perguntas da Gazeta do Povo, ele justifica a estratégia e fala sobre uma das principais críticas dos oponentes, sobre o custeio emergencial ao transporte público da cidade durante a pandemia. Confira:
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Por que Curitiba deve reelegê-lo para administrar a cidade? O que o diferencia dos demais candidatos?
Eu sou o prefeito em exercício. Eu tenho o serviço em andamento. Eu tenho grandes programas negociados com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, com a Agência Francesa de Desenvolvimento, com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal em execução. Eu sei fazer direito o ofício de prefeito. Da outra vez que fui prefeito, nos 300 anos de Curitiba, quando não havia reeleição, nossa cidade ganhou o Prêmio Mundial do Habitat das Nações Unidas pelo conjunto da sua obra. Além disso, eu sou o único candidato a prefeito que é engenheiro urbanista, funcionário do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), primeiro lugar no concurso de admissão.
O senhor adotou uma estratégia de não participar de debates ou qualquer outro tipo de encontro com outros candidatos, mesmo em sabatinas ou entrevistas. Isso não prejudica o eleitor curitibano que gostaria de ter mais informações para decidir seu voto e, até saber que explicações o prefeito teria para questionamentos que viessem a surgir de seus adversários?
A prefeitura é um livro aberto, o Portal da Transparência está em pleno funcionamento. Nós ganhamos conceito ótimo da Transparência Internacional. Nós não escondemos nada da população. Eu estou o dia inteiro em debate nas redes sociais, diretamente com a população. O desaforo é a ausência do argumento. Em primeiro lugar, eu não ia me submeter a torneios de desaforo. Em segundo lugar, todo debate pressupõe o conhecimento de causa. Eu não reconheço no discurso posto na televisão o conhecimento de causa do que está em curso em Curitiba. E pelo o que eu tenho visto nas pesquisas que estão sendo divulgadas, a população está me dando razão. Eu não estou só na ideia de achar que eles não têm conhecimento de causa.
Crítica comum de todos os seus adversários foi o tratamento diferenciado dado às empresas do transporte coletivo da cidade, com a lei emergencial que garantiu subsídio da prefeitura para a manutenção do serviço durante a pandemia, enquanto outras áreas não foram socorridas. Por que essa opção pelo socorro às empresas do transporte? Ainda sobre transporte coletivo, a tarifa não sofre reajuste desde fevereiro de 2019. Enquanto isso, a tarifa técnica seguiu subindo. Quanto custará a passagem de ônibus em 2021?
Fake news é crime, nunca se deu R$ 200 milhões para os empresários do transporte coletivo. No momento em que a pandemia eclodiu e a cidade, tomada de pânico, fechou por conta própria – não fui eu que mandei fechar -, o número de passageiros caiu de 800 mil por dia para 180 mil passageiros por dia. Por óbvio que 1.500 ônibus indo e vindo com 180 mil passageiros daria uma tarifa técnica na estratosfera. Eu tratei de desligar a bomba relógio. Mandei uma lei para a Câmara e revoguei cláusulas do contrato de 2010 enquanto durar a pandemia. Criei um regime de exceção para o transporte público. E, com isso, eu consegui que um sistema que custava R$ 78 milhões por mês passasse a custar R$ 38 milhões, dos quais nós pagamos R$ 18 milhões a R$ 20 milhões por mês, dependendo da bilheteria. Com orgulho, Curitiba é a única cidade a ter praticado a recomendação da Organização Mundial da Saúde de 50% da lotação dos ônibus. Em lugar algum do país isso se fez. Na Região Metropolitana, não consegue, mas, em Curitiba, eu fiz: coloquei o exército, os fiscais da Urbs, os agentes comunitários da prefeitura nos terminais, fazendo 50% de ocupação. Também promovi uma higienização sem precedentes no Brasil e no mundo. Lavamos com peróxido de hidrogênio e com hipoclorito de sódio e contratamos empresas higienizadoras. O colapso da saúde não aconteceu. Eu fiz três hospitais de verdade em menos de dois meses. Estou com dinheiro em caixa para a retomada. O Fundo de Emergência de Curitiba de R$ 600 milhões não foi consumido. Nós pagamos as despesas todas de maneira orçamentária. A arrecadação não está caindo. A cidade tem 15 mil empregos gerados em obras públicas e há um fundo de aval aos pequenos empresários, com recursos do Sebrae.
O ônibus em 2021 custará R$ 4,50. A tarifa técnica está desligada, porque pelo diploma votado pela Câmara ela não sobe e também porque o lucro das empresas e dos empresários foi suprimido do cálculo da operação do transporte. Nós estamos pagando apenas a operação.
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