A participação de candidatos negros e do sexo feminino cresceu nas eleições proporcionais de 2020 na comparação com o pleito de 2016 na cidade de Curitiba. Apesar disso, a representatividade das candidaturas ainda não reflete a proporção dos grupos na população da cidade, especialmente em relação a gênero.
As principais notícias do Paraná no seu WhatsApp
Dos 1.181 registros de candidatura a vereador de Curitiba, 394 (33,3%) são de mulheres e 787 (66,6%), de homens, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2016, a proporção era de 31,33% de nomes do sexo feminino e 68,67%, do sexo masculino.
De acordo com a última atualização da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, a proporção de mulheres residentes na capital paranaense era maior do que a de homens: 52,5% dos habitantes eram do sexo feminino.
O mesmo levantamento indicou que 24,3% da população de Curitiba era formada por negros (pretos e pardos). Na disputa de 2016, no entanto, o grupo étnico-racial representava 15,75% das candidaturas, com 186 dos 1.114 nomes. A proporção de brancos foi de 78,24%, com 924 candidatos. Quatro concorrentes definiram-se como amarelos e não houve nenhum representante indígena na disputa.
Em 2020, houve ligeiro aumento em termos de diversidade. Do total de candidatos a vereador, 21,51%, ou 254 nomes, consideram-se negros – são 168 pardos e 86 pretos. Brancos formam 77,73% das candidaturas. Há ainda seis amarelos (0,51%) e dois indígenas (0,17%). Um candidato não informou sua raça ou cor.
Desde 2009, a legislação eleitoral determina uma cota de 30% de candidaturas do sexo feminino nas disputas proporcionais – no caso das eleições municipais, na escolha de vereadores. Como muitos partidos passaram a lançar mulheres apenas para preencher o requisito, uma resolução de 2017 do TSE passou a estabelecer que os partidos destinem ao financiamento de campanhas de suas candidatas no mínimo 30% do total de verbas utilizadas nas eleições.
Mais recentemente, já em 2020, o TSE definiu que os partidos devem reservar parte dos recursos do fundo eleitoral também para candidatos negros. Segundo a regra, os fundos públicos e o tempo de televisão destinados às campanhas têm de ser divididos proporcionalmente entre candidatos negros e não negros. A medida originalmente iria valer somente a partir das eleições de 2022, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que deve entrar em vigor já neste pleito.
A ideia é oferecer igualdade de condições para todos os candidatos, independentemente de cor. Apesar disso, há preocupação de que a cota racial seja usada para que os partidos lancem candidatos laranja, como já aconteceu com a cota feminina.
Em Curitiba, a disputa mais igualitária em termos de gênero ocorrerá na majoritária, apesar de não haver cotas para essa eleição. Seis dos 16 nomes (37,5%) que concorrem à prefeitura são mulheres: Camila Lanes (PCdoB), Carol Arns (Podemos), Christiane Yared (PL), Letícia Lanz (Psol), Marisa Lobo (Avante) e Professora Samara (PSTU).
Em 2016, apenas duas mulheres – Maria Victória (PP) e Xênia Mello (Psol) – concorreram em uma eleição com nove candidatos, constituindo 22,2% dos nomes em jogo.
Ainda na majoritária, a proporção de candidatas à vice-prefeita é ainda maior, atingindo 43,75% dos concorrentes. São ao todo sete mulheres: Ana Moro (PDT), Doutora Letícia Pan (PSL), Geovana Conti (Novo), Giana de Marco (Psol), Jilcy Rink (PL), Professora Sheila Toledo (MDB) e Soraia (PV). Em 2016, nenhuma chapa teve nomes femininos na vice.
A eleição de 2020 será marcada ainda como a primeira com chapas formadas exclusivamente por mulheres. Serão duas: a de Christiane Yared e Jilcy Rink (PL) e a de Letícia Lanz e Giana de Marco (Psol).
Já em relação à informação de cor/raça, os 16 candidatos a prefeito de Curitiba se declararam brancos – em 2016, sete dos nove consideravam-se brancos (77,8%) e dois, negros (22,2%).
Justiça do Trabalho desafia STF e manda aplicativos contratarem trabalhadores
Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto após votação contra lei marcial decretada pelo presidente
Correios adotam “medidas urgentes” para evitar “insolvência” após prejuízo recorde
Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior
De político estudantil a prefeito: Sebastião Melo é pré-candidato à reeleição em Porto Alegre
De passagem por SC, Bolsonaro dá “bênção” a pré-candidatos e se encontra com evangélicos
Pesquisa aponta que 47% dos eleitores preferem candidato que não seja apoiado por Lula ou Bolsonaro
Confira as principais datas das eleições 2024
Deixe sua opinião