Em 15 cidades paranaenses, a eleição de 15 de novembro será mera formalidade. Se nenhum obstáculo jurídico acontecer pelo caminho, apenas um voto será suficiente para eleger o novo prefeito de Corbélia, Moreira Sales, Catanduvas, Juranda, Santa Cruz de Monte Castelo, Francisco Alves, Pranchita, Santana do Itararé, Cafezal do Sul, Indianópolis, Salgado Filho, São José das Palmeiras, Rancho Alegre, Tomazina e Bom Sucesso do Sul. Nestes municípios, apenas uma pessoa registrou candidatura a prefeito e, por isso, está virtualmente eleito para o mandato entre 2021 e 2024. No Brasil, são 106 municípios nesta condição.
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A maior das cidades paranaenses com candidato único é Corbélia. Os 14.113 eleitores da cidade só precisarão ir à urna se quiserem referendar a reeleição do prefeito Dr. Giovani (MDB). Como a legislação eleitoral contabiliza apenas votos válidos para uma eleição, descartando abstenções e votos nulos e em branco, basta o voto do próprio prefeito para ele estar reeleito.
Dr. Gioviani conta que, após o lançamento de duas outras candidaturas em Corbélia, do PSD e do Podemos, seus opositores acabaram recuando e propondo uma composição. “Não trabalhamos para a chapa única, não inviabilizamos adversários, mas acabou encaminhando para essa situação, pelo nosso perfil conciliador, pelo que foi feito pelo município nestes quatro anos e, também, reconheço, pelo momento de pandemia, que não é o mais propício para uma disputa eleitoral”.
Médico clínico, Giovani, que administra o Hospital Santa Simone, disputou a primeira eleição de sua vida em 2016, contra outros dois adversários e foi eleito prefeito, de uma maneira inusitada. “O candidato que representava nosso grupo político acabou desistindo e eu fui convocado para assumir a candidatura. Nunca tive essa pretensão, mas assumi a responsabilidade”. A experiência na gestão hospitalar, diz, foi fundamental para administrar o município neste momento de pandemia e, assim conseguir o apoio até de opositores para sua reeleição. “Sem prometer cargos, sem lotear os poucos espaços na administração municipal, mas garantindo que suas ideias e propostas serão ouvidas e consideradas”.
Dr. Giovani não vê na ausência de adversários uma ameaça à democracia no município. “Não vejo que ter oposição seja a principal expressão de democracia no momento em que estamos. O fato de nossa candidatura única ser uma composição e não uma imposição, com nossa chapa acolhendo os membros e os pontos de vista da oposição para uma administração focada no interesse comum também pode ser um bom exemplo de democracia”, diz.
Giovani registrou sua candidatura com uma coligação modesta (MDB/PP/Podemos/PSC/PL) ao contrário de seu correligionário e também prefeito buscando a reeleição Rafael Bolacha, de Moreira Sales, a segunda maior cidade com candidato único (9852 eleitores). Bolacha reuniu praticamente todas as forças políticas da cidade, numa aliança de 11 partidos, que compreende desde o PSL até o PT. Fazem parte da coligação do emedebista, ainda, DEM/PP/PDT/PSC/Cidadania/PSB/PSDB/PSD.
Bolacha, que venceu uma eleição suplementar no município, após ter perdido a eleição de outubro de 2016 por 100 votos mas seu adversário ter o registro de candidatura indeferido por conta da lei da Ficha Limpa, comenta que a candidatura única é histórica para o município. "A rixa política aqui é muito forte e histórica. Tivemos várias eleições judicializadas e, até, disputas em que houve troca de tiros. Agora, conseguimos fazer uma candidatura de consenso, para manter os avanços que estamos conseguindo implementar na cidade", diz, citando que sua aliança partidária poderia ter sido ainda maior, "mas não haveria espaço na administração para todas as correntes políticas da cidade. Quem nos apoiou não fez em troca de cargos". O prefeito também não vê risco à democracia na candidatura única. "Não foi uma coisa imposta, não foi fruto da desconstrução de adversários. Foi uma união de forças, o que acho salutar para um município pequeno: economiza recursos na campanha eleitoral e conta com o apoio de todas as correntes políticas para atrair investimentos do governo federal, do governo estadual e das bancadas de deputados", cita.
A menor cidade com candidatura única no Paraná é Bom Sucesso do Sul, que tem apenas 2972 eleitores. O município também deve referendar a reeleição de seu atual prefeito, Nilson Feversani (PSDB).
Nilson, Bolacha e Dr. Giovani são três dos nove candidatos únicos que estão, hoje, no exercício do mandato, almejando a reeleição. Apenas cinco dos que disputam a prefeitura sem adversários não ocupam hoje a cadeira para a qual se candidataram.
Entre os partidos, o PSD, do governador Carlos Massa Ratinho Junior, tem cinco candidatos únicos, devendo largar na frente na disputa pelo maior número de prefeituras. MDB e PSDB têm dois e PL, PT, PSB, PSL e Pros, um cada.
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