O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), foi reeleito no primeiro turno, neste domingo (15). Com 100% dos votos apurados, ele conquistou 63,36% dos votos. O resultado reflete o que as pesquisas apontaram durante toda a campanha, que foi liderada por Kalil com folga.
Veja os números finais da apuração:
- Alexandre Kalil (PSD) – 63,36% ou 784.307 votos
- Bruno Engler (PRTB) – 9,95% ou 123.215 votos
- João Vitor Xavier (Cidadania) – 9,22% ou 114.130 votos
- Áurea Carolina (Psol) – 8,33% ou 103.115 votos
- Rodrigo Paiva (Novo) – 3,63% ou 44.977 votos
- Nilmário Miranda (PT) – 1,88% ou 23.331 votos
- Luisa Barreto (PSDB) – 1,39% ou 17.161 votos
- Professor Wendel Mesquita (Solidariedade) – 0,75% ou 9.266 votos
- Lafayette Andrada (Republicanos) – 0,59% ou 7.327 votos
- Marcelo Souza e Silva (Patriota) – 0,33% ou 4.105 votos
- Fabiano Cazeca (Pros) – 0,20% ou 2.517 votos
- Wadson Ribeiro (PCdoB) – 0,18% ou 2.211 votos
- Wanderson Rocha (PSTU) – 0,07% ou 907 votos
- Cabo Xavier (PMB) – 0,07% ou 865 votos
- Marília Garcia (PCO) – 0,03% ou 330 votos
Atraso na divulgação do resultado
A totalização dos votos das eleições 2020 foi marcada por lentidão. Este ano, houve uma mudança no processo e os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) repassaram as informações de votos para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que centralizou a totalização dos votos. Esse processo de apuração começou às 17h, logo após o encerramento da votação, mas teve sucessivos atrasos.
“Houve um atraso na totalização dos resultados por força de um problema técnico. Um dos núcleos dos processadores que processam a totalização falhou e foi preciso repará-lo", explicou Luis Roberto Barroso, presidente do TSE, sobre a lentidão em divulgar os resultados de todo o país.
Como foi a campanha em Belo Horizonte
Alexandre Kalil, 61 anos, terá como vice o ex-secretário municipal da Fazenda, Fuad Noman. Para se reeleger, Kalil montou uma ampla coligação que engloba MDB, DC, PP, PV, REDE, AVANTE e PDT.
O prefeito apresentou como trunfos da gestão a abertura do Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro, conhecido como Hospital do Barreiro, a renovação da frota de ônibus e as obras contra enchentes, problema crônico da capital mineira.
Apesar das críticas de parte do empresariado por como geriu o funcionamento do comércio durante a pandemia – houve carreatas contra as decisões de Kalil –, a gestão sanitária reforçou a popularidade do prefeito. O estilo de Kalil é marcado por não ter meias palavras nas entrevistas e medo de enfrentar desafios e questões polêmicas.
Em 2016, o cartola se candidatou como outsider e conseguiu quebrar a alternância no poder entre PT e PSDB, partidos que dominavam a política mineira. A sua eleição desbravou o caminho para que, em 2018, Romeu Zema (Novo) repetisse o feito se elegendo governador de Minas Gerais, rompendo o domínio tucano e petista em nível estadual.
Na eleição municipal desse ano, o PT de Belo Horizonte apostou no veterano Nilmário Miranda. Lula pediu votos para o candidato, mas Miranda não engrenou. Já o PSDB, que em 2016 disputou o segundo turno com Kalil, lançou Luísa Barreto – rosto novo da política mineira –, mas sua candidatura nunca deslanchou.
O presidente Bolsonaro apostou no jovem candidato do PRTB, Bruno Engler, 23, integrante do movimento Direita Minas e amigo da família do presidente. Bolsonaro gravou vídeo pedindo votos para Engler, mas, apesar de o candidato bolsonarista nunca ter sido competitivo, acabou surpreendendo.
O radialista e deputado estadual João Vitor Xavier (Cidadania), 38, era apontado na pré-campanha como um dos favoritos para rivalizar com Kalil, mas, apesar das fortes críticas à gestão da pandemia, sua candidatura se manteve estagnada ao longo de toda a disputa. O mesmo ocorreu com a deputada federal Áurea Carolina (Psol), 37, considerada um nome da renovação da esquerda.
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