O candidato do MDB, Sebastião Melo, vai enfrentar Manuela D’Ávila, do PC do B no segundo turno da eleição para a prefeitura de Porto Alegre. Com 100% das urnas apuradas, Sebastião teve 31,01% contra 29,00% de Manuela. O segundo turno será no dia 29 de novembro.
O desempenho de Melo surpreendeu, já que Manuela liderou a corrida desde o começo da campanha. A cidade de Porto Alegre teve 12 candidatos na disputa pela prefeitura.
Veja os números da apuração:
- Sebastião Melo (MDB) – 31,01% ou 200.280 votos
- Manuela D'Ávila (PCdoB) – 29,00% ou 187.262 votos
- Nelson Marchezan Junior (PSDB) – 21,07% ou 136.063 votos
- José Fortunati (PTB) – candidatura retirada
- Juliana Brizola (PDT) – 6,41% ou 41.407 votos
- Fernanda Melchionna (Psol) – 4,34% ou 27.994 votos
- Valter Nagelstein (PSD) – 3,10% ou 20.033 votos
- João Derly (Republicanos) – 2,94% ou 19.004 votos
- Gustavo Paim (PP) – 1,24% ou 7.989 votos
- Rodrigo Maroni (Pros) – 0,51% ou 3.314 votos
- Montserrat Martins (PV) - 0,22% ou 1.415 votos
- Julio Flores (PSTU) – 0,13% ou 852 votos
- Luiz Delvair Martins Barros (PCO) - 0,02% ou 142 votos
Atraso na divulgação do resultado
A totalização dos votos das eleições 2020 foi marcada por lentidão. Este ano, houve uma mudança no processo e os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) repassaram as informações de votos para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que centralizou a totalização dos votos. Esse processo de apuração começou às 17h, logo após o encerramento da votação, mas teve sucessivos atrasos.
“Houve um atraso na totalização dos resultados por força de um problema técnico. Um dos núcleos dos processadores que processam a totalização falhou e foi preciso repará-lo", explicou Luis Roberto Barroso, presidente do TSE, sobre a lentidão em divulgar os resultados de todo o país.
No Rio Grande do Sul, a lentidão acabou motivando uma reinicialização do sistema ainda antes da 19h, em razão de problemas em um dos relatórios do sistema de totalização. Ainda assim, o fluxo no TSE seguiu lento, atrasando a apuração dos votos da capital.
Como foi a campanha em Porto Alegre
Faltando poucos dias para o votação, José Fortunati (PTB), que estava empatado em segundo lugar nas pesquisas com o prefeito Nelson Marchezan (PSDB) e Sebastião Melo (MDB) desistiu da candidatura, após sua chapa ter sido impugnada na Justiça Eleitoral. Seu candidato a vice, André Cecchini, teve a candidatura indeferida, pois se registrou no partido Patriota, após o prazo legal.
O desempenho de Melo no primeiro turno supreendeu, já que terminou à frente de Manuela, que teve um crescimento lento e constante nas pesquisas ao longo da campanha e sempre guardou uma boa margem sobre seus adversários.
O atual prefeito, Nelson Marchezan Junior, apesar da alta rejeição, tinha bom desempenho nas pesquisas de intenção de votos. Ele responde a processo de impeachment na Câmara dos Vereadores por supostamente ter usado irregularmente verba destinada à gestão sanitária da pandemia para fazer propaganda institucional. O prefeito nega as alegações. Na terça-feira (17), a comissão que processa Marchezan vai definir a data do julgamento pelo plenário da Câmara.
Dois nomes fortes da eleição - o da deputada estadual Juliana Brizola (PDT) e o da deputada federal Fernanda Melchionna (Psol) - nunca decolaram. As candidatas não conseguiram aglutinar os votos da esquerda, que acabaram indo para Manuela.
A candidata do PcdoB pôde contar sobre o “recall” (memória) dos eleitores, já que ela foi vice-candidata à presidência na chapa de Fernando Haddad (PT), em 2018. Ela tem como vice o ex-governador do Rio Grande do Sul, Miguel Rossetto (PT). Na contramão do que ocorreu na maioria das capitais, o partido de Lula abriu mão de uma candidatura própria.
A eleição da capital gaúcha foi marcada também por uma série de debates na TV feitos no formato inovador de drive-in, com os candidatos respondendo às perguntas de dentro de carros, como medida de segurança por causa do coronavírus.
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