Eduardo Paes (DEM) é o novo prefeito do Rio de Janeiro. Com 100% das urnas apuradas, ele conquistou 64,07% dos votos válidos e desbancou o atual mandatário carioca Marcelo Crivella (Republicanos), que somou 35,93%. O resultado final, com todas as urnas apuradas, saiu às 20h10 deste domingo (29).
- Eduardo Paes (DEM) - 64,07%
- Marcelo Crivella (Republicanos) - 35,93%
Paes retorna à Prefeitura do Rio depois de quatro anos e confirma o que as pesquisas apontavam desde o início da campanha, quando ele já aparecia na frente, inclusive nas simulações de segundo turno. Junto com ele, assume o vice Nilton Caldeira (PL).
Neste segundo turno, o candidato do DEM conseguiu ampliar ainda mais a vantagem que tinha sobre o adversário, aproveitando-se do alto índice de rejeição que Crivella leva na capital fluminense. Além disso contou com o apoio dos postulantes ao cargo de prefeito que ficaram ainda no primeiro turno.
"Eu tive nesta eleição um apoio crítico, mas importante, de partidos de esquerda, como Psol e Partido dos Trabalhadores, tive apoio de partidos mais à direita como PSD, e nosso papel é unir a cidade", disse o prefeito eleito em discurso após a confirmação da vitória.
Paes também criticou o atual prefeito Marcelo Crivella. "O governo reacionário que tomo conta da cidade nos últimos quatro anos foi ruim na gestão, piorou a vida das pessoas e olhou a cidade com muito preconceito", declarou.
O segundo turno, aliás, foi recheado de ataques de ambos os lados. Enquanto Paes chegou a apelidar Crivella de “Pai da Mentira” e dizer que o Rio precisava se livrar do atual prefeito, o adversário chegou a insinuar que o agora eleito promoveria pedofilia e o “kit gay” nas escolas municipais.
Os ataques resultaram em dezenas de ações apresentadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), com as mais diversas acusações, especialmente propaganda falsa e difamação eleitoral.
Paes retoma carreira política após perder para Witzel
A vitória neste ano é uma recuperação para a imagem política de Paes, que tentou se eleger governador do Rio em 2018, mas acabou perdendo a disputa para Wilson Witzel (PSC) no segundo turno.
Com o resultado, Paes vai para o seu terceiro mandato no Palácio da Cidade. Entre 2009 e 2017, comandou o Rio e ficou marcado como o prefeito da Olimpíada de 2016. Os investimentos que pingaram na cidade por causa do evento e também da Copa do Mundo de 2014 permitiram que fizesse obras por toda a cidade, inclusive com a inauguração das linhas do BRT e do VLT.
Por outro lado, a gestão do ex-prefeito também ficou arranhada pelo desabamento da ciclovia Tim Maia em abril 2016, quando duas pessoas morreram. Na inauguração do equipamento, em janeiro daquele ano, Paes chegou a falar que era a “ciclovia mais bonita do mundo”.
Após oito anos e dois mandatos, ele deixou a prefeitura do Rio com 35% de aprovação e 59% de desaprovação, segundo pesquisa do Ibope. Agora, Paes terá a oportunidade de continuar o que ele considera seu legado, que está principalmente na mobilidade e na saúde.
Ao mesmo tempo em que governará a cidade, terá de lidar com a Justiça. Em 8 de setembro, ele virou réu por crimes de corrupção, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. Para o Ministério Público, ele teria recebido cerca de R$ 10,8 milhões em propinas da empreiteira Odebrecht entre junho e setembro de 2012.
Metodologia da pesquisa citada na reportagem
Encomendada pela TV Globo, o Ibope ouviu 1.204 eleitores entre os dias 26 e 28 de setembro de 2016. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) sob o protocolo RJ-03256/2016.
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