As eleições para o Executivo na cidade mais populosa do país, São Paulo, terão 14 candidatos em 2020. Eles disputam não só o prestígio que envolve a prefeitura da capital paulista mas, também, um Orçamento polpudo: para este ano, o valor aprovado pela Câmara de Vereadores foi de R$ 68,9 bilhões.
A lista de candidatos revela a influência do cenário nacional sobre a disputa pela prefeitura. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirma que não irá se envolver diretamente no pleito deste ano – mas deve atuar para derrotar o candidato de João Doria (PSDB), Bruno Covas (PSDB). Covas é prefeito de São Paulo desde 2018, quando Doria deixou o posto para disputar a eleição para governador do estado.
Já Bolsonaro deve ter sua imagem vinculada a Celso Russomanno (Republicanos). O apresentador de televisão e atual deputado federal é do mesmo partido que dois dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (RJ). A própria formação da chapa, com Marcos da Costa (PTB) como vice, teve a interferência de Bolsonaro: a pedido dele, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, vetou a candidatura solo de Costa.
Direita dividida na disputa pela capital paulista
Além de Russomanno, disputam o eleitorado da direita mais conservadora outros três candidatos: Arthur do Val, o Mamãe Falei (Patriota); Joice Hasselmann (PSL) e Filipe Sabará (Novo). Joice, deputada federal que chegou a ser líder do governo federal no Congresso, rompeu com Bolsonaro em 2019. Agora, ela tenta se contrapor ao presidente, se dizendo uma representante da "Direita racional".
Arthur do Val, por sua vez, é membro do Movimento Brasil Livre (MBL), e atualmente exerce o mandato como deputado estadual em São Paulo. Youtuber, ele tem como uma de suas principais promessas "acabar com a cracolândia" – e tem feito críticas ao trabalho social do padre Julio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua, com os dependentes químicos. O padre tem sofrido ataques, e atribui a hostilidade às declarações do candidato. Arthur do Val negou ter incentivado a violência contra o sacerdote.
Já Filipe Sabará, do Novo, foi secretário de Assistência e Desenvolvimento Social em São Paulo, na gestão de Doria. Ele já se envolveu em sua primeira polêmica: em entrevista à rádio Jovem Pan, afirmou que Paulo Maluf foi "o melhor prefeito da história de São Paulo". Depois, pediu desculpas.
Moderados incluem Márcio França, que quase derrotou Doria
Também está no páreo o ex-governador Márcio França (PSB), que assumiu o posto com a renúncia de Geraldo Alckmin (PSDB) para concorrer à Presidência em 2018. Nas eleições daquele ano, França foi para o segundo turno contra João Doria na disputa pelo governo estadual, obtendo 48% dos votos válidos.
Outro concorrente à prefeitura com perfil mais moderado é Andrea Matarazzo (PSD), que já ocupou cargos no governo federal durante as gestões de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
A Rede, por sua vez, terá Marina Helou como candidata. Atualmente ela exerce mandato como deputada estadual. Marina é uma das lideranças apoiadas pelo movimento RenovaBR.
Esquerda tem Boulos e Erundina
Já os candidatos da esquerda na disputa pela prefeitura de São Paulo incluem Guilherme Boulos e a vice Luiza Erundina, ambos do PSOL. Boulos foi candidato a presidente em 2018, e Erundina foi prefeita de São Paulo pelo PT entre 1989 e 1993. Hoje, ela é deputada federal.
O PT não apoiará Boulos, e terá um candidato próprio na disputa: Jilmar Tatto. Ele já foi deputado estadual, deputado federal e secretário municipal nas gestões de Marta Suplicy e Fernando Haddad.
Completam a lista Orlando Silva (PCdoB); Vera Lúcia (PSTU); Antônio Carlos (PCO) e Levy Fidelix (PRTB).
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