O Rio de Janeiro terá, em 2020, 14 candidatos na disputa pelo Executivo municipal. Entre os concorrentes estão nomes já tradicionais da política carioca. O atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), pretende disputar a reeleição. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, entretanto, declarou a inelegibilidade do candidato. Com isso, ele deve ficar impedido de concorrer em eleições até 2026.
Os efeitos da decisão, porém, não são automáticos. Crivella ainda pode recorrer e, como já tem a chapa registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve fazer campanha normalmente, enquanto o imbróglio jurídico não se desfaz.
Crivella também enfrenta escândalos de corrupção. No início de setembro, uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e da Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do prefeito e, também, em uma das sedes da prefeitura. Crivella também já foi alvo de processos de impeachment, que foram rejeitados na Câmara de Vereadores da capital fluminense.
O principal oponente do atual prefeito deve ser Eduardo Paes (DEM), que já comandou o Executivo municipal por dois mandatos consecutivos. Paes também foi vereador e deputado federal, além de secretário de Turismo, Esporte e Lazer do governo do Rio na gestão de Sérgio Cabral. Em 2018, ele concorreu ao Executivo estadual, mas perdeu as eleições, no segundo turno, para Wilson Witzel (PSC).
Em setembro, Paes se tornou réu por corrupção, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro pelo suposto recebimento de R$ 10,8 milhões em propinas da construtora Odebrecht. O ex-prefeito afirma que a denúncia é uma tentativa de interferência no processo eleitoral.
Filha de Garotinho e ex-aliado de Crivella também estão no páreo
Outros candidatos também são velhos conhecidos dos cariocas. Uma delas é Clarissa Garotinho (Pros), filha dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus (que foram presos no âmbito da Lava Jato). Atualmente ela está em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados, sendo integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Também está na disputa o vereador Paulo Messina (MDB), que ocupa seu terceiro mandato na Câmara Municipal. Messina chegou a ser chefe da Casa Civil de Crivella, e é apontado pelo Ministério Público do Rio como um dos envolvidos no recebimento de propinas no Executivo. Ele nega irregularidades.
Em 2019, o vereador deixou o governo para votar em um dos processos de impeachment movidos contra o prefeito. O processo foi rejeitado. Depois disso, Messina rompeu com Crivella.
Esquerda tem Benedita da Silva e Renata Souza na disputa pela prefeitura do Rio
O PT também disputa as eleições com um nome tradicional: Benedita da Silva. Atualmente deputada federal, ela foi a primeira senadora negra do país. Ocupou, além disso, os cargos de vereadora e vice-governadora no Rio.
Já o PSOL concorre com Renata Souza, que trabalhou como chefe de gabinete da vereadora Marielle Franco – assassinada em 2018, em um atentado que também vitimou o motorista Anderson Gomes. Renata é nascida e criada no Complexo da Maré. Em 2018, foi eleita deputada estadual.
Mais três mulheres disputam o pleito. Martha Rocha (PDT), hoje deputada estadual, concorre tendo como vice o diretor de cinema Anderson Quack, da Central Única das Favelas (Cufa). Ex-delegada, Martha foi a primeira mulher a chefiar a Polícia Civil do Rio, durante o governo de Sérgio Cabral.
Glória Heloiza, por sua vez, concorre pelo PSC. Ela era juíza titular da 2ª Vara da Infância, do Adolescente e do Idoso no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), mas se afastou em março para disputar o pleito.
Completa a lista das concorrentes mulheres Suêd Haidar, do Partido da Mulher Brasileira (PMB). Maranhense, ela é presidente nacional da legenda.
Cristiane Brasil (PTB), filha do deputado federal Roberto Jefferson, também pretendia concorrer à prefeitura do Rio. O partido, entretanto, desistiu da candidatura, já que Cristiane está presa.
Lista de candidatos inclui, ainda, ex-presidente e ex-diretor do Flamengo
O pleito de 2020 terá dois concorrentes que já fizeram parte da cúpula do Flamengo. Eduardo Bandeira de Mello, que foi presidente do clube entre 2013 e 2018, concorre pela Rede Sustentabilidade. Ele deve, inclusive, usar o que considera bons resultados da gestão no clube durante a campanha.
O ex-diretor do Flamengo, Fred Luz, por sua vez, concorre pelo Novo. Ele foi um dos coordenadores da campanha de João Amoêdo à Presidência, em 2018. Também fez parte da equipe de transição do governador Romeu Zema, de Minas Gerais. Luz é integrante do movimento RenovaBR.
Também disputam as eleições o nadador olímpico Luiz Lima, hoje deputado federal pelo PSL; Cyro Garcia (PSTU), que concorre à vaga de prefeito pela quinta vez; e o estudante Henrique Simonard (PCO).
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