Lula desmobilizou manifestações de aliados no 7 de setembro para evitar conflitos com apoiadores de Bolsonaro| Foto: Fernando Bizerra Jr/EFE
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Os articuladores da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vão acompanhar com atenção os atos de 7 de setembro, vistos como o dia "D" da campanha de Jair Bolsonaro (PL). Eles aguardam o desenrolar das manifestações da próxima quarta-feira para saber se o candidato à reeleição terá ganhos ou perdas na disputa presidencial.

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Integrantes da campanha petista avaliam que os apoiadores do presidente deverão aderir ao movimento e que as imagens que serão produzidas darão o tamanho da força de mobilização de Bolsonaro. O foco maior está no evento que ocorrerá na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Para aliados de Lula, o tom do discurso de Bolsonaro no 7 de setembro será o principal termômetro do restante da campanha eleitoral. A análise é que caso as manifestações sejam percebidas como ataques às instituições democráticas, como ocorreu no ano passado, isso acabará desgastando a candidatura de Bolsonaro.

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Até o momento, a campanha de Lula ainda não definiu se haverá algum tipo de mobilização da chapa petista nas redes sociais antes, durante e após os atos.

O ex-presidente estará no estado do Rio de Janeiro na semana do bicentenário da Independência, mas só depois das manifestações. Ele pedirá votos para si e seus aliados.

Pesquisa Ipec divulgada na última terça-feira (30) mostrou Lula numericamente à frente de Bolsonaro entre os eleitores do Rio. De acordo com o levantamento, o candidato do PT tem 39% das intenções de voto, ante 36% do atual presidente. Eles estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Lula fará comício e encontro com evangélicos no Rio

Diante do cenário apontado pelas pesquisas no Rio de Janeiro, a campanha de Lula prepara para o dia 8 de setembro um comício na capital do estado. Inicialmente, o ato deveria ocorrer no último dia 30, mas articuladores petistas avaliaram que o evento após o feriado de Independência teria mais visibilidade.

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Enquanto as manifestações de Bolsonaro irão ocorrer na zona sul do Rio, o comício de Lula está sendo organizado em Nova Iguaçu, na baixada fluminense. A região é tida como estratégica, pois é onde o palanque de Lula no estado, liderado pelo candidato ao governo Marcelo Freixo (PSB), enfrenta mais dificuldades.

A agenda tem o objetivo de ampliar a vinculação de Freixo à imagem de Lula numa região mais pobre do estado. A expectativa do partido é de reunir cerca de 20 mil pessoas no comício.

Na manhã de sexta-feira (9), Lula e o candidato a vice Geraldo Alckmin participarão de um encontro com lideranças evangélicas em São Gonçalo (RJ), no Centro Cultural Seven Music.

Em outra frente, a campanha de Lula prepara para o dia 10 de setembro, sábado, uma mobilização das candidaturas de esquerda em todos os estados. Até o momento, a expectativa é de que o ex-presidente participe de um comício na periferia de São Paulo ao lado do candidato ao governo pelo PT Fernando Haddad. Contudo, integrantes do partido afirmam que essa organização não será uma resposta aos atos convocados pelo presidente Bolsonaro.

Lula desmobilizou atos de aliados no 7 de setembro 

Inicialmente, lideranças de esquerda chegaram a discutir a possibilidade de convocação de atos contrários a Bolsonaro para o 7 de setembro. Contudo, Lula defendeu que a militância do PT e dos demais partidos aliados deveriam evitar confrontos e embates com os apoiadores do presidente. Além do PT, a coligação de Lula tem o apoio de partidos como PSB, Psol, Rede, PCdoB, PV, Solidariedade, Avante e Agir.

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"Não vamos fazer manifestação nem nenhuma convocação para o 7 de setembro. É uma data cívica, 200 anos da Independência. E nós vamos participar como sempre, acompanhando as atividades", diz Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.

Além do risco de confrontos entre militantes, a campanha de Lula quer evitar possíveis comparações, como no ano passado, quando as manifestações em defesa do governo superaram, em número, os atos organizados pelos movimentos de esquerda. À época, o governo de São Paulo estimou que o ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista reuniu 125 mil pessoas, enquanto a manifestação da oposição teria contado com apenas 15 mil participantes.

Apesar disso, é esperado que o tradicional Grito dos Excluídos, conjunto de manifestações criado em 1995 por alas da Igreja Católica, ocorra em diversas regiões do país no dia do bicentenário da Independência do Brasil.

Campanha de Bolsonaro mobiliza apoiadores

O presidente Bolsonaro chamou seus apoiadores para irem às ruas no feriado de 7 de setembro durante a convenção do PL que oficializou sua candidatura no final de julho. "Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de setembro, vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez", disse Bolsonaro na ocasião.

Desde então, aliados do presidente têm se mobilizado para repetir a mobilização do ano passado. A expectativa é de que Bolsonaro participe dos atos convocados para Brasília e para o Rio de Janeiro. Além disso, o presidente deve discursar por vídeo na manifestação de São Paulo.

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Metodologia da pesquisa citada

A pesquisa Ipeca foi encomendada pela TV Globo e realizada entre os dias 27 e 29 de agosto de 2022. Foram entrevistados 1.200 eleitores de 37 cidades do Rio de Janeiro. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os protocolos RJ-06010/2022 e BR-00063/2022.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]