A Algar Telecom, empresa de tecnologia da informação contratada pelo Governo do Paraná para a prestação de serviços de telecomunicações, afirma ter identificado a origem dos disparos dos SMS pró-Bolsonaro enviados por meio de números de serviços digitais do Estado. A confirmação veio em resposta a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que estipulou prazo de 24 horas para que tanto a Algar quanto a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) prestassem informações sobre o caso.
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Conta usada para o envio foi criada dois dias antes dos disparos de mensagens
De acordo com documento encaminhado à Justiça Eleitoral, ao qual a Gazeta do Povo teve acesso nesta terça-feira (27), a Algar Telecom afirma que deu início imediato a um processo interno de investigação assim que ficou sabendo dos disparos. Dentro da investigação, os técnicos da empresa confirmaram que os dados de login de um funcionário da própria Algar foram utilizados para que a senha de administrador do sistema fosse alterada – para que assim uma nova conta fosse criada para o envio das mensagens – na noite da última quarta-feira (21).
A conta criada para o envio das mensagens foi identificada pela Algar sob o nome “presidente_Bolsonaro_mais_uma_vaz”. Dois dias depois, foram feitos três disparos de mensagens de celular entre às 20h30 e às 21h30. Um novo disparo de mensagens foi feito pela mesma conta por volta da 0h40 de sábado (24).
Em nota encaminhada à Gazeta do Povo, a empresa esclareceu que as investigações ainda estão em uma fase preliminar, e que apesar de os dados de login usados nos disparos terem sido localizados, ainda não é possível identificar o autor dos envios das mensagens.
Mais de 320 mil SMS foram enviados aos celulares cadastrados
De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado pela Celepar no Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil do Paraná, foram enviados no total 324.818 SMS. A Algar garantiu à Justiça Eleitoral que a conta criada para o disparo das mensagens irregulares foi inativada.
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“A Algar Telecom repudia a conduta de acesso indevido à parte da base de dados, sobretudo para fins eleitorais, e informa que está adotando todas as medidas mitigadoras necessárias para identificar os envolvidos e comunicar as autoridades competentes. A Algar Telecom reitera o seu compromisso com os valores democráticos, a segurança da informação e a proteção dos dados de seus clientes, funcionários e da própria empresa e reforça que não teve qualquer participação no ocorrido”, informou a empresa.
Celepar disse não ter contribuído para a "ocorrência do ilícito"
Por sua parte, a Celepar informou o TSE que “desde a manhã do dia 24 prontamente agiu para interromper o envio de mensagens irregulares a partir do citado número, mesmo sem possuir qualquer relação com os disparos irregulares, além de comunicar o fato às autoridades policiais e à Justiça Eleitoral, dada a relevância e gravidade do tema”.
Além disso, a empresa explicou que após análise de registros internos de acesso à internet, foi identificado que “não houve acesso à plataforma da contratada “Algar Soluções em TIC S/A” a partir da rede da Celepar nas datas e horas utilizadas para disparo das mensagens, restando evidente que a Celepar em absolutamente nada contribuiu para a ocorrência do ilícito”.
Relembre o caso
Usuários cadastrados em serviços públicos digitais do governo do Paraná receberam, no último final de semana, uma mensagem no celular com ameaça de invasão ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não ganhe as eleições.
O SMS foi enviado por meio do número 28523, utilizado normalmente pelos canais do Programa Paraná Inteligência Artificial (PIÁ), Detran, Polícia Civil e Secretaria de Estado de Educação. “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senao, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nos!!”, diz a mensagem recebida.
Em nota, o Governo do Estado do Paraná afirmou que repudia qualquer tentativa de uso político ou manifestação antidemocrática. A Secretaria de Estado de Segurança Pública disse ter iniciado as investigações para apurar quem teriam sido os responsáveis pelas mensagens.
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