O deputado federal André Janones (Avante) desistiu nesta quinta-feira (4) de se candidatar à Presidência da República, após fechar um acordo para apoiar o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. O nome de Janones já havia sido aprovado em convenção do partido em 23 de julho, ocasião em que ele disse que sua candidatura "nasceu das ruas" e terá como principal bandeira a diminuição da desigualdade social.
“O Lula está encampando as nossas propostas. Vocês sabem que o Auxílio Emergencial foi a grande marca do nosso mandato [de deputado federal] até aqui, da luta que a gente teve para permanecer em R$ 600 e para que não acabasse durante a pandemia. Neste momento a gente retira e unifica a candidatura presidencial do deputado André Janones, a partir desse momento, e passa a ser representada pela candidatura do presidente Lula”, disse Janones em uma live ao anunciar a desistência.
O advogado deve concorrer à reeleição para deputado federal.
Quem é Janones
Janones entrou para a vida pública em 2018, ao ser eleito para a Câmara dos Deputados. Com 178 mil votos, foi o terceiro deputado mais votado pelo estado de Minas Gerais.
Ele ficou conhecido naquele ano ao se tornar um porta-voz informal dos caminhoneiros durante a greve da categoria no governo do ex-presidente Michel Temer. Os vídeos que ele gravou na época tiveram amplo alcance e ele se tornou uma figura popular. Atualmente, o mineiro tem 8 milhões de seguidores no Facebook, 2 milhões no Instagram e 1,4 milhão no Youtube.
Antes de ser eleito, Janones foi cobrador de ônibus, escrevente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e advogado. Também já foi filiado ao PT, entre 2003 e 2012.
Em sua atuação como parlamentar, defendeu a manutenção do auxílio emergencial de R$ 600, sendo contrário à diminuição do valor para R$ 300, e, mais recentemente, votou contra o aumento do Fundo Eleitoral e a proposta de emenda constitucional (PEC) dos precatórios, criada para abrir espaço fiscal para que o governo federal possa ampliar os gastos em 2022. Os dois projetos acabaram sendo aprovados pelo Congresso.
O mineiro também foi alvo de uma investigação no Conselho de Ética da Câmara, depois de chamar os deputados de “canalhas”, “vagabundos” e “bandidos”. Ele acabou sendo absolvido após pedir desculpas aos colegas.
Janones lançou sua pré-candidatura em janeiro de 2022 com um discurso contra disputas ideológicas que, no entender dele, nunca colocaram o povo à frente das discussões políticas. Em um tom crítico ao presidente Jair Bolsonaro (PL), se disse decepcionado com a atual gestão do governo federal em um discurso que também alfinetou as gestões petistas.
"O país continuou refém das amarras ideológicas, apenas mudou de lado. Eram as amarras ideológicas da esquerda, depois passou a ser as amarras ideológicas da direita, mas o problema principal continuou. O povo continuou sendo coadjuvante em todas as discussões políticas, mas o povo não foi coadjuvante nos meus primeiros três anos de mandato de deputado", declarou Janones.
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