Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), defendeu o combate às notícias falsas, as chamadas fake news, e a transparência do processo eleitoral em entrevista à GloboNews no domingo (7).
Barroso foi questionado sobre a participação dos militares na comissão de transparência do TSE. Ele disse que é mais uma instituição do Estado brasileiro a integrar os trabalhos e que confia que eles podem ajudar nas atividades fiscalizatórias da comissão.
“Há uma crítica se o TSE fez mal por convidar as Forças Armadas. Eu não tenho nem medo nem preconceito com as Forças Armadas. Eu trato como qualquer outra instituição de Estado, como é o Congresso, como é o Tribunal de Contas. E confio que eles [militares] estejam lá [na comissão de transparência] para ajudar, e não que eles estejam no comitê de campanha de algum dos candidatos. Portanto, se alguém se comportar mal, a culpa não é do TSE. Não estou dizendo que aconteceu", afirmou o ex-presidente do TSE à GloboNews.
Sobre o pedido do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para que o TSE liberasse o acesso aos códigos-fonte às Forças Armadas, Barroso reafirmou que os dados foram disponibilizados para a inspeção de diversas entidades em 4 de outubro do ano passado, com um ano de antecedência da realização das eleições. O processo de fiscalização termina no final de agosto, quando as urnas precisam começar a ser preparadas para o pleito.
Ao tratar de fake news, o ex-presidente do TSE reafirmou que não existe uma sala secreta para a totalização dos votos, reforçou que a apuração é feita pelo somatório dos boletins de urna e disse que essa é informação falsa divulgada sobre o processo eleitoral.
"A apuração seria feita em uma sala secreta com meia dúzia de pessoas. Isso é uma bobagem, uma tolice. A apuração é feita pelo somatório dos boletins de urnas. O que nós temos no TSE é um supercomputador que faz essa conta, porque são cerca de 6 mil municípios e dezenas de milhares de candidatos. Para facilitar a vida, a conta é feita lá no TSE, mas ela pode ser conferida por todo mundo porque esses boletins de urna são impressos, distribuídos e colocado na internet", afirmou à GloboNews.
"Pode fazer a conta à mão, pode fazer a conta na maquininha, só vai demorar um pouco mais. E sempre é possível conferir o que o TSE divulga com esses boletins de urna que foram impressos. De modo que, essa lenda de que a apuração é feita em uma sala secreta, é uma tolice", disse o ministro do STF na mesma entrevista.
O ministro também ressaltou a parceria fechada pelo TSE com as redes sociais para reduzir a circulação de fake news e disse que uma das preocupações é impedir os “comportamentos inautênticos” nas plataformas. Segundo Barroso, perfis falsos, contas duplicadas e os "trolls", aqueles que teriam o objetivo de conturbar o debate público na internet, estariam entre os principais os responsáveis pela disseminação da desinformação.
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