O presidente Jair Bolsonaro em entrevista a canais de YouTube.| Foto: Reprodução/Youtube
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Em entrevista ao vivo a dois canais de Youtube, o presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu que a possibilidade de aumento do número de ministros no Supremo Tribunal Federal (STF) é uma das sugestões que irá analisar após as eleições, caso vença o segundo turno da corrida presidencial. Em entrevista aos canais Pilhado e Paulo Figueiredo, o presidente disse que a decisão dependerá de o “Supremo baixar a temperatura”.

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No início da live, o presidente chegou a comentar que, às vezes, demonstra irritação e encerra entrevista porque “jornalistas só perguntam besteiras, como se eu vou aumentar o número de ministros do Supremo”. Mas, na sequência, questionado especificamente sobre essa questão, admitiu que pode não descartar essa sugestão.

“Não param de chegar sugestões e essa foi uma das que chegou. Todas as sugestões veremos depois da eleição. O que tenho dito: se eu for reeleito e o Supremo baixar um pouco a temperatura, já tendo duas pessoas garantidas lá, apesar de serem pessoas que não dão voto com sangue nos olhos, temos mais duas vagas para o ano que vem. Então, talvez se descarte essa sugestão”, disse, em referência aos ministros indicados por ele, Kassio Nunes Marques e André Mendonça.

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“Se não descartar, temos que ver como é que fica. Temos que conversar com o Senado a questão de nomes. Tem que conversar com as duas Casas a tramitação de uma proposta neste sentido. E está na cara que gente do Supremo vai para cima dos parlamentares defendendo o contrário. Porque se a gente aumenta a composição do supremo, pulveriza o poder deles e lógico que não querem isso”, acrescentou.

Bolsonaro ainda afirmou que a nova composição do Congresso, após as eleições do último domingo (2), facilitaria a aprovação da proposta. “Eu sigo falando em respeitar as quatro linhas, embora tenha gente que fique brava comigo, achando que eu deveria chutar o pau da barraca. O sistema sabe dos limites, mas, por vezes, você pode extrapolar e, isso sendo para o bem, pode acontecer. As eleições para a Câmara e para o Senado sinalizaram bastante mudança: o parlamento que era centro-esquerda passa a ser de centro-direita. Não vamos ter dificuldades de aprovar nossas propostas para o Brasil lá dentro”, disse.

Bolsonaro ainda ironizou possíveis nomeações de um eventual governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “Se eles ganham, podem botar mais dois no Supremo, vão botar o [Cristiano] Zanin [advogado de Lula na Lava Jato] e o Kakay [Antônio Carlos de Almeida Castro, criminalista ligado ao PT] e acabou o Poder Judiciário”.

"Considero um milagre a gente não ter perdido a eleição no primeiro turno", diz Bolsonaro

Bolsonaro também falou, na entrevista, sobre o resultado do primeiro turno da eleição. Disse ter suspeitas sobre o resultado, mas afirmou que só comentará o assunto após o segundo turno. "Eu considero um milagre a gente não ter perdido a eleição no primeiro turno, mas só quero falar sobre isso depois da eleição”, afirmou.

Mesmo com a insistência dos entrevistadores, ele não avançou no assunto. “Eu tinha convicção de que ganharia no primeiro turno, pelo que sentia nas ruas. Até no Nordeste, que dizem que só tem voto no PT. Então, foi bastante esquisito esse resultado, mas deixa para lá. Agora, apelo para que todos compareçam às urnas dia 30. Deixe os idosos votarem na tua frente e vamos fazer mais de 60%. Não ganhamos porque muito idoso desistiu de votar por causa da fila. Agora é um voto só, é rapidinho, não deixe de ir votar”, resumiu.

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Na entrevista, o presidente desmentiu boatos de que Fernando Collor de Mello seria ministro em seu segundo governo. “Outra mentira do [André] Janones [deputado federal pelo Avante], nunca foi convidado, nenhuma possibilidade. Se eu for compor ministério com partidos aliados, vou chamar quem teve sucesso eleitoral, não é o caso do Collor. Mas, no que depender de mim, todos os atuais ministros ficam”, disse.

Provocado a fazer promessas para o novo mandato, Bolsonaro anunciou "um milhão de casas populares, alimentos mais baratos e garantia da liberdade”. O presidente disse que também trabalhará para a redução da maioridade penal para 16 anos. “Com essa nova composição do Congresso, dá para aprovar”, disse.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]