Em seu programa eleitoral desta quarta-feira (19), a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, resgatou declarações com críticas contundentes de antigos adversários de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que agora são apoiadores do candidato petista nestas eleições.
“O Lula não tem a capacidade de fazer um mea culpa como o grande orquestrador do até então maior escândalo da história da República que foi o Petrolão”, disse a ex-presidenciável Simone Tebet (MDB) em entrevista no primeiro turno.
“Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, meus amigos, ele quer voltar à cena do crime”, afirmou Geraldo Alckmin (PSB) durante convenção nacional do PSDB, seu antigo partido, em 2017. Hoje o ex-tucano é candidato a vice na chapa de Lula.
Falas de Ciro Gomes (PDT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também foram resgatadas na inserção, que menciona que são “farinha do mesmo saco”. “Falaram bonito em democracia, disseram ser contra a corrupção. No final era tudo mentira, tá tudo abraçado junto com o ladrão”, diz letra do jingle do programa.
Programa de Lula tenta vincular Bolsonaro ao “orçamento secreto”
O programa eleitoral de Lula desta quarta apostou em tentar vincular Bolsonaro ao chamado “orçamento secreto”, que consiste na liberação de verbas indicadas por parlamentares sem clareza sobre destino e autor dos pedidos.
A campanha de Lula diz que este é o “maior esquema de corrupção da atualidade”, e o denomina “Bolsolão”. “Bolsonaro pega bilhões do orçamento federal que iriam para a saúde, educação e outras áreas e usa para comprar apoio de deputados”. Em seguida, a locução crava que os valores desse orçamento vão para fraudes e desvios de verbas.
Adotado em 2020 pelo Congresso Nacional, o “orçamento secreto” ou “orçamento paralelo” é como ficaram conhecidas as emendas de relator (identificadas pelo código RP-9) no Orçamento Federal, que destinam uma fatia dos recursos públicos da União para livre execução de deputados e senadores em obras e melhorias em seus redutos eleitorais. Não há, entretanto, ingerência do poder Executivo na destinação desses recursos. O projeto de lei orçamentária de 2023 reserva R$ 19,4 bilhões para as emendas de relator.
Ao ser questionado sobre esse tema no último debate entre os candidatos à Presidência da República antes da votação em primeiro turno, veiculado pela TV Globo, Bolsonaro afirmou que não há participação do governo federal na destinação de verbas do orçamento secreto. “Eu não indico um só centavo nesse dito orçamento secreto. Ele é totalmente administrado pelo relator, ou da Câmara ou do Senado. Não existe da minha parte qualquer conivência com esse orçamento”.
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