O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, participou de uma sabatina realizada pela Jovem Pan News, nesta terça-feira (6), e falou sobre a compra de imóveis por familiares, fez críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e mais uma vez garantiu que, se vencer as eleições de outubro, o Auxílio Brasil será mantido em R$ 600 em 2023.
Ao ser questionado sobre a série de reportagens do UOL, que apontou que familiares do presidente negociaram 107 imóveis desde 1990 e que 51 foram comprados total ou parcialmente em dinheiro vivo, Bolsonaro afirmou que na escritura dos bens consta “moeda corrente” e que isso não significa somente “dinheiro vivo”. Segundo ele, cheque e DOC, por exemplo, também foram usados nas transações e que também são “moeda corrente”.
O presidente negou a existência de qualquer irregularidade, disse que não tem contato com parte dos parentes citados nas reportagens - como um ex-cunhado -, e que alguns de seus familiares são comerciantes honestos e com posses no Vale do Ribeira, interior de São de Paulo, e por isso conseguiram comprar imóveis. De acordo com ele, bens vendidos entre parentes foram contados mais de uma vez.
Para o candidato do PL, a divulgação das matérias há um mês das eleições tem o objetivo de atrelar a ele erroneamente o rótulo de “corrupto”, para que ele seja derrotado no pleito de outubro.
Em outra parte da sabatina, Bolsonaro foi questionado sobre a relação tensa que mantém com alguns ministros do STF. O presidente atribuiu a ela decisões do Supremo que interferiram em seu governo, que atingiram apoiadores e dirigiu críticas aos ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin.
Com relação a Moraes, Bolsonaro criticou os inquéritos conduzidos pelo ministro, como o das fake news, e afirmou que eles são “irregulares, ilegais e inconstitucionais”. O presidente também defendeu a liberdade de expressão e condenou a prisão do deputado federal Daniel Silveira, para o qual concedeu o indulto.
Ele também reprovou a operação da Polícia Federal, autorizada por Moraes, contra oito empresários. Eles supostamente teriam defendido um golpe de Estado em um grupo de WhatsApp, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições em outubro. O grupo apoia o presidente. Bolsonaro afirmou que tem contato com apenas dois dos oito empresários e que convidou a todos para participar dos atos de 7 de Setembro em Brasília ou no Rio de Janeiro. Além disso, ele convocou os brasileiros a participar das manifestações nesta quarta-feira (7) em suas cidades e pediu que vistam verde e amarelo.
Sobre Fachin, o presidente fez críticas à suspensão de trechos dos decretos do governo federal sobre armas. O ministro do STF afirmou que as liminares foram concedidas por causa do início da campanha eleitoral e o risco da ocorrência de violência política. Ainda no tocante ao magistrado, Bolsonaro afirmou que a decisão que restringiu a realização das operações em favelas no Rio de Janeiro e a suspensão de parte dos decretos sobre armas contribuem para o aumento da criminalidade.
O candidato do PL tratou ainda de realizações do seu governo e voltou a salientar que, se for eleito em outubro, o Auxílio Brasil continuará em R$ 600 em 2023. Segundo ele, Paulo Guedes, ministro da Economia, já garantiu que é possível adotar tal medida no próximo ano.
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