Em entrevista ao Correio Braziliense nesta quinta-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, afirmou que não houve irregularidades durante sua participação nas festividades do bicentenário da Independência, realizada nesta quarta-feira, 7 de setembro.
Partidos políticos de seus adversários na corrida presidencial preparam uma ofensiva jurídica contra os atos do presidente da República na data festiva sob a alegação de que os eventos comemorativos, que foram custeados com recursos públicos, teriam sido utilizados por Bolsonaro para finalidades eleitorais.
“Estão me acusando do que? Eu estive no 7 de setembro aqui em Brasília. Acabou o desfile, eu tirei a faixa e fui para dentro do povo. Se qualquer outro candidato quisesse comparecer ali não teria problema nenhum. Não foi um ato meu, foi um ato da população”, disse Bolsonaro.
Nos atos desta quarta, Bolsonaro não discursou durante o desfile militar em Brasília, mas depois de seu encerramento, em um trio elétrico montado por apoiadores. Como mostrado pela Gazeta do Povo, este é um dos argumentos preparados pela defesa de Bolsonaro em relação a questionamentos sobre o uso das comemorações da Independência para fins eleitorais.
A respeito de sua ausência na cerimônia promovida pelo Congresso Nacional nesta quinta-feira (8) para celebrar o bicentenário da Independência do Brasil, Bolsonaro disse que não foi porque tinha muitas pessoas para atender. “O 7 de setembro foi ontem, não foi hoje. Então deixei a agenda política de fora e fui atender. Tinha umas 300 pessoas no cercadinho, foi um recorde hoje”.
Outros temas abordados na sabatina
Durante a entrevista, Bolsonaro buscou evitar críticas diretas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na maior parte do tempo, mas questionou o que julgou serem excessos em decisões monocráticas. “Eu prefiro não ir além disso para não falarem que estou atacando o Supremo Tribunal Federal”.
Porém ao responder pergunta sobre a suspensão do piso salarial nacional da enfermagem por decisão monocrática do ministro Luís Roberto Barroso, após a medida ter sido aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente da República, disse que a intervenção de Barroso se deve a “um capricho pessoal dele”. “Ele não deveria se meter nessas coisas. Não tem nada de inconstitucional nisso aí. O Supremo deve decidir as questões voltadas para a Constituição”.
Em seguida, teceu mais críticas a decisões monocráticas também dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes. “Eu acho, não sei o que o povo acha, que tem três ou quatro ali que extrapolam”, afirmou. “Não podemos ter medidas monocráticas por parte de ministros, a não ser numa extrema relevância e urgência. Nesse caso, não”, disse, ainda em referência à suspensão do piso nacional da enfermagem.
Na área econômica, Bolsonaro falou sobre o financiamento do Auxílio Brasil a partir de 2023. Ele disse que na proposta de taxação de lucros e dividendos estudada pelo governo para custear o programa de renda seriam taxados em 15% os valores excedentes a R$ 400 mil daqueles que obtêm ganhos mensais superiores a essa quantia. Bolsonaro estimou não deve haver dificuldades na aprovação da proposta no Congresso Nacional e declarou que conta com o apoio presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para avançar esse tema caso seja reeleito.
Bolsonaro também afirmou que a isenção de impostos federais sobre os combustíveis será mantida para o próximo ano em caso de reeleição. “Nossa intenção é nunca mais cobrar isso daí”, disse.
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