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Bolsonaro diz que taxará lucros e dividendos para bancar Auxílio Brasil a R$ 600 em 2023
Candidato à reeleição, Bolsonaro participou de sabatina na Rede TV nesta quinta-feira (1º)| Foto: Divulgação Rede TV

O presidente da República e candidato à reeleição ao cargo Jair Bolsonaro (PL) participou de sabatina na manhã desta quinta-feira (1º) em um telejornal da RedeTV. A entrevista foi ao ar na noite desta quinta. Durante 30 minutos, Bolsonaro respondeu a temas como economia, mulheres, segurança pública, meio ambiente e educação.

Questionado a respeito da manutenção do Auxílio Brasil em 2023, afirmou que deve haver taxação de lucros e dividendos para financiar o programa de renda e que o auxílio pode se tornar permanente. “O Paulo Guedes me disse que está garantido os R$ 600 a partir do ano que vem porque vamos taxar lucros e dividendos para quem ganha acima de R$ 400 mil por mês. E as pessoas não pagam qualquer imposto em cima disso. Então esse espaço fiscal em cima dessa taxação que eu tenho certeza que o Congresso vai colaborar conosco, você pode tornar definitivo esses R$ 600 e, mais ainda, pode fazer uma correção na tabela do Imposto de Renda”, declarou.

Em sua live semanal transmitida pouco antes da sabatina, Bolsonaro disse que seria inserida a alíquota de 15% para aqueles que ganham acima de R$ 400 mil por mês. Ele disse, no entanto, que outro caminho estudado para alcançar a medida é estender a vigência do decreto de calamidade pública caso a guerra da Ucrânia continue.

As falas do presidente da República ocorrem após críticas pelo fato de o projeto orçamentário do próximo ano enviado ao Congresso pelo governo federal nesta quarta-feira (31) prever o benefício do Auxílio Brasil com valor médio de R$ 405, retomando o valor anterior ao adicional pago até o mês de dezembro.

"De onde virão os R$ 200 extras para pagar os 600 no ano que vem? De dois possíveis lugares: um, se a guerra continuar lá fora, continuamos a emergência aqui da mesma forma como nós passamos mais R$ 200. Se vota uma Proposta de Emenda à Constituição, e o Parlamento vai ser favorável. A esquerda vai discursar contra, mas vai ser favorável. E a outra forma é a taxação de lucros e dividendos”, afirmou.

Outros temas abordados na sabatina

Ainda na área econômica, Bolsonaro prometeu zerar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e manter para o próximo ano a isenção de impostos federais sobre a gasolina, o álcool, o diesel e o gás de cozinha.

Sobre aumento de empregos, disse que tentará mais uma vez implementar o programa Carteira Verde e Amarela – modelo de adesão voluntária voltado para jovens em que há um contrato individual com menos encargos trabalhistas que prevalece sobre a CLT, mas que mantém direitos constitucionais. O governo editou uma medida provisória para implementar o programa, que acabou “caducando” por falta de votação no Congresso.

No âmbito da segurança energética, Bolsonaro disse que o país tem potencial de geração de energia eólica com capacidade de produção de “50 Itaipus”. “O Paulo Guedes fala um número um pouquinho menor, mas o ministro Joaquim [Joaquim Leite, do Meio Ambiente] garante os 50”. “Nós temos potencial para exportar energia barata para o mundo todo”, declarou.

Bolsonaro negou alegações de que trata mal mulheres e defendeu políticas de seu governo voltadas a esse público. A campanha do candidato à reeleição tem insistido na pauta feminina nos últimos dias após o tema ganhar corpo no debate realizado no último domingo (28) na TV Bandeirantes. Na ocasião, o presidente foi cobrado pela postura com as mulheres.

Nas considerações finais, Bolsonaro reforçou posicionamento contrário a temas como aborto e ideologia de gênero. “Nós respeitamos a vida desde a sua concepção. O nosso governo também não quer discutir a legalização das drogas (...) e é contra o que começou em 2009 no Brasil, a chamada Ideologia de Gênero”, disse.

Outros presidenciáveis

A RedeTV convidou os candidatos à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) para serem sabatinados no telejornal da emissora. Lula negou o convite sob a alegação de falta de disponibilidade de agenda. Os outros presidenciáveis ainda não confirmaram participação.

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