O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou para uma plateia de empresários que pretende recriar o Ministério da Indústria e do Comércio e ter como ministro um representante do setor industrial caso seja reeleito para mais um mandato. Ele conversou com lideranças do setor durante o encontro “Diálogo da Indústria com os pré-candidatos à Presidência da República”, evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira (29).
"Se eu fosse esperar para ter o apoio de 30, 40 parlamentares de um partido político para indicar, quase sempre, uma pessoa que não entende do assunto, quem sofre? Todos nós", disse o presidente.
Em meio a acusações de tráfico de influência e corrupção no Ministério da Educação, Bolsonaro negou que haja corrupção endêmica em seu governo. Ele ainda chamou a atenção, em tom de alerta, para a transformação da América do Sul em um continente "vermelho", uma alusão à vitória de candidatos da esquerda em eleições presidenciais na Argentina, Chile e Colômbia nos últimos anos.
"Nós estamos vendo o que aconteceu com a Venezuela, com a Argentina, com o Chile, a Colômbia... e agora o Brasil está sob ameaça de mudar de cor. Sabemos que essa mudança de cor não deu certo em nenhum lugar no mundo", afirmou.
Bolsonaro afirmou aos empresários que tem grandes planos para fomentar a exploração do nióbio e do grafeno. "A grande revolução da energia no Brasil será a super bateria de nióbio e grafeno, que em poucos minutos pode ser recarregável, sem ser superaquecida como a de lítio", disse.
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Bolsonaro diz ter garantido fornecimento de fertilizantes da Rússia
Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que negociou diretamente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o fornecimento de fertilizantes para o Brasil.
" Tudo que foi tratado com o presidente Putin foi cumprido. 26 navios chegaram com fertilizantes na semana passada e temos esse insumo garantido até meados do ano que vem, com a garantia do presidente russo em manter esse abastecimento".
O presidente disse que a guerra entre Rússia e Ucrânia mudou a demanda mundial de alimentos, em especial na Europa, que parou de criticar um suposto avanço do agronegócio brasileiro sobre áreas de floresta.
"Agora a grande crítica a nossa política ambiental começa a se arrefecer, devido à falta de alimentos no mundo. A Europa que tinha como regra deixar 20% da terra em repouso, já aboliu isso aí", afirmou Bolsonaro.
CNI também recebeu Ciro e Tebet
Mais cedo, foi a vez dos pré-candidatos à presidência da República Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) debateram soluções para a indústria nacional.
"Esse diálogo da indústria com os pré-candidatos é de grande importância para o setor industrial e para a sociedade. Representa uma grande oportunidade para discutirmos o que queremos para o país nos próximos quatro anos", explicou Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, durante a abertura do evento.
A CNI entregou aos pré-candidatos no dia 13 de junho, 21 propostas com temas sobre infraestrutura, economia, comércio exterior, saúde e educação para que eles pudessem se preparar para o evento.
O pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, também foi convidado para o evento, mas decidiu não comparecer.
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