Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desmobilizou atos de aliados neste 7 de Setembro – para evitar conflitos com partidários do presidente Jair Bolsonaro (PL) –, os demais candidatos a presidente já indicam que vão apostar suas fichas em conquistar novos votos no feriado da Independência.
As agendas de campanha ainda não estão totalmente fechadas, mas Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União) e Felipe d'Avila (Novo) já anunciaram que pretendem realizar ações e encontros com a população. Três deles vão focar os esforços em São Paulo, tanto na capital como no interior.
Simone Tebet viaja para o interior do estado, mas ainda não definiu as cidades e atos que fará até o fechamento desta reportagem. Em entrevista em Brasília na manhã desta terça (6), a candidata criticou uma postagem de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, na segunda-feira (5), pedindo a brasileiros que possuem armas legalizadas a se transformarem em "voluntário de Bolsonaro".
Tebet diz que, às vésperas da comemoração do 7 de setembro, "é lamentável, inacreditável e inadmissível a postagem de um dos filhos do presidente dizendo a seus soldados que peguem em armas, utilizem armas, ‘você que tem arma legal, vamos ser um discípulo do presidente’. Está dando uma senha para algo que a democracia proíbe e nós repudiamos".
Soraya Thronicke (União Brasil) vai à Embu das Artes, na Grande São Paulo, encontrar apoiadores e candidatos locais pela manhã, participa da solenidade de reabertura do Museu do Ipiranga à tarde, e faz um encontro com jovens para discutir "Democracia e Liberdade" no comitê de campanha à noite. “Amanhã, 7 de setembro, Dia da Independência, estaremos ao lado da democracia. Estaremos ao lado do que é certo. E o certo, agora, é unir todo o Brasil, promover a paz, defender a liberdade de pensamento e, acima de tudo, respeitar a opinião do outro. Isso, sim, é o certo”, disse através de representantes da campanha.
Já Felipe D’Avila estará na capital paulista participando de ações variadas, como um “panfletaço” no Parque da Independência com Vinícius Poit, candidato do partido ao governo do estado, e Ricardo Mellão, ao Senado. O presidenciável participa, ainda, da solenidade de reabertura do Museu do Ipiranga.
E Ciro Gomes (PDT) vai às cidades mineiras de Mariana e Ouro Preto para atos de campanha, começando com um encontro com o arcebispo da primeira pela manhã e vai à segunda à tarde acompanhar as comemorações da data.
A disputa por votos fora da polarização
Como a campanha não será interrompida pelos candidatos fora do eixo de polarização Lula/Bolsonaro, eles devem se concentrar, principalmente, em conquistar votos dos indecisos.
Na opinião de Eduardo Soncini, cientista político e professor nas universidades Católica do Paraná (PUCPR) e Unicamp, Ciro e Tebet vão atrás dos mesmos eleitores, mas a vantagem pode não ser para o pedetista, que tenta a Presidência pela quarta vez.
“Tem um fato que talvez seja menos um acerto da Simone e mais um erro do Ciro: ele ficou muito isolado ao atacar os dois principais candidatos lá da ponta, enquanto ela escolheu focar no segundo lugar [Bolsonaro] que é mais objetivamente próximo para alcançar e se projetar como um nome pesado para apoio ou não no segundo turno”, pondera.
Por outro lado, Jefferson Oliveira Goulart, cientista político e professor na Unesp em Bauru, afirma que existe a possibilidade de Simone rivalizar com Ciro e, eventualmente, conquistar um terceiro lugar. Mas, pondera que isso "depende muito do eleitorado do pedetista, que tem um perfil mais heterogêneo e que pode eventualmente flertar com Tebet".
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