O candidato ao governo da Bahia pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), Giovani Damico, afirmou que, se eleito, pretende descontar do salário dos agentes de segurança do estado o valor das balas disparadas durante as ações policiais. A declaração foi feita na sexta-feira (26) durante uma sabatina realizada pelo site g1. O candidato comunista defendeu ainda o sistema político de Cuba, declarando que o regime ditatorial da ilha foi um êxito e trouxe uma série de possibilidades para a população.
Ao ser questionado sobre os detalhes da proposta inusitada para a segurança pública do estado, Damico afirmou que o projeto tem como objetivo, inclusive, a proteção da vida dos próprios policiais. “A gente não tá afirmando que todos os policiais têm um compromisso pessoal com a violência. Mas a gente está afirmando que, do ponto de vista estruturante, a política hoje colocada em prática, e a Polícia Militar é uma agente dessa política colocada em prática, ela sim, é uma política que está promovendo a insegurança da população e da própria polícia”, disse o candidato. “É melhor o policial morrer então?”, perguntou um dos entrevistadores.
“Não, pelo contrário. É melhor que o policial não se engaje em conflitos”, respondeu o candidato. “Mas se a população precisar dele (do policial) em um conflito, num roubo, num assalto. Os bandidos vêm com a escopeta e o policial vai fazer o que? Ele vai dialogar com o bandido?”, rebateu o entrevistador.
“A gente não está dizendo que toda e qualquer situação vai ser enquadrada nesse aspecto (do desconto salarial). Mas a gente vai ter organismos que vão acompanhar (as ações policiais) para que tenhamos acessos a diferentes versões de cada fato. Se a gente tem, por exemplo, uma situação onde um jovem rendido foi baleado e morreu, numa ação policial (citando um caso recente no estado), essa ação vai ter que passar por um crivo da sociedade civil, por um crivo da mídia, que vai avaliar”, afirmou o candidato comunista.
“Esse diálogo também vai haver com os bandidos? Cobrariam da família dos criminosos essa munição?”, rebateu mais uma vez o entrevistador.
Já ao falar sobre a representação do comunismo atualmente no mundo e quais são os países que têm modelos como esse que podem ser aplicados no Brasil, Damico afirmou que o PCB é um partido histórico.
“A gente bebe de muitas experiências que tiveram aprendizados, tiveram acertos, tiverem equívocos. Mas que a gente tem observado que muitos êxitos foram logrados nesse processo. A gente vai ter por exemplo, aqui na América Latina, Cuba, que apesar de ser uma ilha pequeníssima, ela conseguiu trazer uma série de possibilidades para sua população, na questão do acesso à saúde universal, de oferecer comida sem veneno. A gente coloca o comunismo como uma possibilidade de olhar os problemas na sua origem”, concluiu o candidato ao governo.
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