Até agora já foram injetados R$ 68,8 milhões em recursos próprios dos candidatos em suas campanhas| Foto: Reprodução TSE
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Desde o início da campanha eleitoral, R$ 68,8 milhões em recursos dos próprios candidatos foram injetados nas campanhas para os diferentes cargos das eleições deste ano, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Conforme as regras da Justiça Eleitoral para o pleito, a aplicação de recursos próprios dos candidatos está limitada a 10% do previsto para os gastos de campanha relativos ao cargo em disputa. O descumprimento desse critério pode acarretar a perda de mandato.

Após a proibição das doações de empresas a candidatos e partidos políticos durante campanhas eleitorais por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2015, as doações de pessoas físicas e as contribuições em recursos próprios ganharam maior relevância.

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Além dessas fontes de financiamento, as campanhas contam com o Fundo Eleitoral e o Fundo Partidário, que juntos somarão R$ 6 bilhões em recursos públicos neste ano. Os candidatos também podem receber financiamento por doações de pessoas físicas e por financiamento coletivo – as chamadas “vaquinhas” virtuais.

Veja abaixo quais são os candidatos que mais aportaram recursos em suas próprias campanhas e quanto injetaram até o momento:

1º) Pablo Marçal (Pros) - candidato à Presidência da República (R$ 738,5 mil)

Mesmo em meio a um impasse dentro de seu partido que acabou por impedi-lo de disputar as eleições, o empresário e coach Pablo Marçal manteve aportes regulares para a sua campanha e é o candidato que mais aplicou recursos próprios para viabilizar sua candidatura.

Foram R$ 738,5 mil destinados – a última aplicação, no valor de R$ 50 mil, ocorreu no dia 6 de setembro, mesma data em que o TSE rejeitou seu registro de candidatura como resultado de uma reviravolta em seu partido. Marçal é o presidenciável com o maior patrimônio declarado – R$ 96 milhões.

2º) Eduardo Riedel (PSDB) - candidato ao governo do MS (R$ 620 mil)

O candidato ao governo do Mato Grosso do Sul injetou R$ 620 mil em sua campanha até o momento. Ex-secretário de Habitação e Infraestrutura, Eduardo Riedel é a aposta do atual governador do estado, Reinaldo Azambuja, também do PSDB, para ser seu sucessor. Azambuja ficou à frente do Executivo sul-mato-grossense por dois mandatos.

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3º) Valter Miotto (MDB) - candidato a deputado estadual do Mato Grosso (R$ 500 mil)

Com patrimônio declarado ao TSE de R$ 6,8 milhões, o candidato injetou meio milhão de reais em sua campanha, o equivalente a 7,5% de suas posses. “Valtinho Miotto”, como é conhecido, já exerceu o cargo de prefeito de Matupá, município localizado na região norte mato-grossense.

4º) Ivo Cassol (PP) - candidato ao governo de Rondônia (R$ 462,8 mil)

Ex-senador e ex-governador de Rondônia, Ivo Cassol disputava a corrida eleitoral para mais um mandato à frente do Executivo rondoniense. No entanto, ele optou por renunciar à candidatura diante de um imbróglio judicial em que estava envolvido.

Cassol estava inelegível devido a uma condenação pelo crime de fraude a licitações ocorridas quando foi prefeito de Rolim de Moura (RO) entre 1998 e 2002. O ministro do STF Nunes Marques havia restabelecido, no início de agosto, a elegibilidade do candidato, mas no último dia 2 de setembro o plenário do STF decidiu anular a decisão do ministro, tornando- novamente inelegível. Enquanto ocorria o julgamento, o ex-governador anunciou nas redes sociais sua renúncia à candidatura.

Mesmo envolvido no impasse que poderia tirá-lo da disputa a qualquer momento, o empresário já havia aplicado mais de R$ 460 mil em sua campanha.

5º) Alvaro Dias (Podemos) - candidato ao Senado pelo Paraná (R$ 440 mil)

Candidato à reeleição, o senador Alvaro Dias aparece em quinto lugar no ranking dos que mais colocaram dinheiro na campanha. Mas os R$ 440 mil informados no sistema do TSE como de recursos próprios do candidato foram alocados, na verdade, pelo seu candidato a suplente, Wilson Matos Filho, empresário do setor de educação.

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O empresário é filho de Wilson Matos, que já foi suplente de Alvaro e chegou, inclusive, a assumir o mandato em seu lugar em duas ocasiões, em 2007 e 2014.

6º) Alexandre Silveira (PSD) - candidato ao Senado por MG (R$ 439,5 mil)

O senador Alexandre Silveira, que tenta a reeleição ao cargo, aportou um total de R$ 439,5 mil em sua campanha. O candidato abriu mão dos recursos do Fundo Eleitoral e aposta no financiamento 100% privado de sua candidatura. Além da própria contribuição, ele conta, até o momento, com doações de mais três pessoas físicas, que totalizam R$ 350 mil.

7º) Flávia Arruda (PL) - candidata ao Senado pelo DF (R$ 380 mil)

A deputada federal Flávia Arruda, que tenta uma cadeira no Senado Federal nestas eleições, consta na plataforma do TSE como a sétima a injetar o maior volume de recursos próprios em sua campanha. Da mesma forma que Alvaro Dias, no entanto, quem fez o aporte de R$ 380 mil foi seu candidato a suplente.

O suplente de Flávia Arruda é o empresário Luiz Osvaldo Pastore, filiado ao MDB. Ele atualmente exerce o mandato de senador pelo Espírito Santo devido à licença de Rose de Freitas (MDB), do qual também era suplente. O empresário, que segundo dados do TSE, possui patrimônio de mais de R$ 450 milhões, também foi suplente do ex-senador Gerson Camata (PMDB), e assumiu o cargo no final do mandato, em outubro de 2002.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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