Lula é o candidato que mais recebeu recursos do próprio partido, via fundos eleitoral e partidário, para a campanha até agora.| Foto: Fernando Bizerra/EFE
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Entre todos os candidatos aos diferentes cargos em disputa nestas eleições beneficiados com recursos de partidos políticos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o que mais recebeu esse tipo de verba para sua campanha. Foram, ao todo, R$ 89 milhões – o valor já é superior ao teto permitido para os gastos de campanha dos presidenciáveis no primeiro turno. Também candidatos à Presidência, Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) ocupam o segundo e terceiro lugar, respectivamente, no recebimento de verbas das legendas.

Os únicos candidatos a cargos que não sejam a Presidência da República que receberam repasses em quantias semelhantes aos presidenciáveis são Fernando Haddad (PT) e Rodrigo Garcia (PSDB), adversários na disputa pelo governo de São Paulo. Suas campanhas já somam R$ 24,5 milhões e R$ 21,4 milhões, respectivamente, o que é mais do que Jair Bolsonaro (PL) e Soraya Thronicke (União Brasil) receberam dos partidos que compõem suas coligações.

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Conforme levantamento da Gazeta do Povo, os 15 candidatos que mais arrecadaram recursos dos partidos disputam o poder Executivo, tanto federal quanto estadual. Um dos motivos para isso é que, segundo os critérios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as campanhas para esses cargos possuem maiores limites de gastos.

Veja abaixo o ranking das campanhas com os maiores repasses. Nos valores estão descritos apenas os recursos vindos de partidos, não contemplando outras captações feitas pelos candidatos.

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1º) Lula (PT), candidato à Presidência da República: R$ 88,9 milhões

O PT é o segundo partido com direito a mais verbas do Fundo Eleitoral neste ano – a sigla tem direito a meio bilhão de Fundo Eleitoral, sem somar recursos do Fundo Partidário. E a campanha de Lula é a principal destinatária da verba, já tendo arrecadado o equivalente a 18% desse valor em recursos públicos. Os repasses dos partidos vieram do PT e do PSB.

2º) Simone Tebet (MDB), candidata à Presidência da República: R$ 36,5 milhões

Simone Tebet pertence ao MDB, partido que é destinatário da terceira maior verba do Fundo Eleitoral neste ano, com mais de R$ 360 milhões. A chapa da presidenciável recebeu R$ 30 milhões do MDB e mais R$ 6 milhões do PSDB, sigla de sua candidata a vice, Mara Gabrilli.

3º) Ciro Gomes (PDT), candidato à Presidência da República: R$ 33,3 milhões

Assim como Tebet e Lula, quase a totalidade dos recursos de campanha de Ciro Gomes vem de recursos do seu partido – as doações privadas e o financiamento coletivo somam menos de 0,3% do orçamento de campanha. A totalidade da verba partidária vem do PDT, que não é coligado com outras legendas na chapa presidencial.

4º) Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo: R$ 24,5 milhões

Dono do maior orçamento entre os candidatos aos governos estaduais de todo o país, Haddad é a aposta do PT para romper o domínio do PSDB no Executivo paulista, que dura 28 anos. PT e PSB fizeram os repasses.

5º) Soraya Thronicke (União Brasil), candidata à Presidência da República: R$ 22,1 milhões

O União Brasil, partido de Soraya, é a sigla dona da maior fatia do chamado “Fundão”: são R$ 776,5 milhões ao todo. A campanha da presidenciável recebeu até o momento pouco mais de R$ 22 milhões da legenda.

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6º) Rodrigo Garcia (PSDB): candidato ao governo de São Paulo R$ 21,4 milhões

Metade da verba partidária da campanha de Garcia, que assumiu o governo paulista após a renúncia de João Doria (PSDB) em março deste ano, veio do PSDB, enquanto a outra metade foi repassada pelo União Brasil, partido de Geninho Zuliani, candidato a vice na chapa do tucano.

7º) Jair Bolsonaro (PL), candidato à Presidência da República: R$ 18 milhões

O candidato à reeleição recebeu R$ 17 milhões do Partido Liberal (PL) via Fundo Partidário e Fundo Eleitoral. O restante do valor (R$ 1 milhão) foi repassado pelo Partido Progressistas (PP), que integra a coligação da chapa de Bolsonaro, ao lado do PL e do Republicanos.

8º) ACM Neto (União Brasil), candidato ao governo da Bahia: R$ 16,3 milhões

Segundo candidato contemplado com a maior verba do União Brasil, atrás apenas da presidenciável Soraya Thronicke, ACM Neto teve sua campanha turbinada para a missão de romper o domínio do PT no governo baiano. A legenda ocupa o poder Executivo no estado há 16 anos.

9º) Alexandre Kalil (PSD), candidato ao governo de Minas Gerais: R$ 16 milhões

A campanha do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, que disputa o governo de Minas Gerais, soma R$ 16 milhões em recursos partidários. Seu principal adversário, o atual governador Romeu Zema (Novo) não recebeu repasses do Fundão, já que o partido dele é contrário ao uso de recursos públicos em campanhas. A campanha de Zema, entretanto, conta com R$ 9,7 milhões em arrecadação de recursos privados.

10º) Izabel Urquiza (PL), candidata a vice-governadora de Pernambuco: R$ 11 milhões

A candidata à vice-governadora na chapa de Anderson Ferreira, candidato do PL ao governo de Pernambuco, foi beneficiada com o segundo maior repasse da direção nacional do partido. O valor de R$ 11 milhões só fica atrás da quantia repassada pelo PL à campanha de Jair Bolsonaro.

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11º) Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo: R$ 11 milhões

Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro, ocupa o terceiro lugar em recebimento de recursos de partidos entre os postulantes ao governo de São Paulo. Ele soma R$ 11 milhões vindos do Republicanos e do PSD, partido do candidato a vice-governador em sua chapa, o ex-prefeito de São José dos Campos Felicio Ramuth.

12º) Capitão Wagner (União Brasil), candidato ao governo do Ceará: R$ 10 milhões

A campanha do deputado federal Capitão Wagner, que busca eleição para o governo cearense, é outra contemplada com recursos do União Brasil, sigla campeã em recebimento de verba do Fundão. São R$ 10 milhões em repasses do Fundo Eleitoral até o momento.

13º Marilisa Boehm (PL), candidata a vice-governadora de Santa Catarina: R$ 9 milhões

A delegada Marilisa Boehm (PL), candidata a vice-governadora de Santa Catarina, trouxe R$ 9 milhões em recursos do partido para a chapa pura do PL encabeçada pelo senador Jorginho Mello.

14º) Marcelo Freixo (PSB), candidato ao governo do Rio de Janeiro: R$ 8,8 milhões

Marcelo Freixo, que no ano passado deixou o Psol – partido no qual permaneceu por 16 anos – para dedicar-se à disputa pelo governo do Rio de Janeiro no PSB, soma quase R$ 9 milhões até o momento em recursos de sua legenda. O PSB é o 8º no ranking dos partidos que receberam as maiores fatias do Fundão, com R$ 268,9 milhões.

15º) Fátima Bezerra (PT), candidata ao governo do Rio Grande do Norte: R$ 7,1 milhões

A governadora potiguar, que tenta a reeleição ao cargo, somou R$ 7,1 milhões em repasses do PT para sua campanha. Ela conta, ainda, com R$ 24 mil vindos do diretório estadual do MDB, que participa da sua coligação.

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De onde vem as verbas dos partidos?

O dinheiro arrecadado pelas siglas para financiamento das campanhas vem de diferentes fontes: a principal origem é o Fundo Eleitoral, mas o Fundo Partidário também pode ser usado para essa finalidade. Juntos, ambos somarão R$ 6 bilhões em recursos públicos neste ano.

Outros modos de arrecadação além da verba pública são doações de pessoas físicas individualmente ou por financiamento coletivo (“vaquinha” virtual); comercialização de bens ou serviços; promoção de eventos de arrecadação realizados; e rendimentos gerados pela aplicação dos recursos financeiros.