O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse, na manhã desta segunda (26), que está sendo vítima de uma campanha de destruição por parte de seus adversários e que isso vai levar a um “estelionato eleitoral” de quem se eleger neste ano. As afirmações foram dadas durante a leitura de um manifesto à nação na sede do comitê central da campanha do candidato, em São Paulo.
Em pouco mais de dez minutos, Ciro leu um documento em que reforça afirmações e críticas feitas a Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevistas e debates ao longo da campanha, como a dívida pública na casa dos R$ 7 trilhões (R$ 5,8 trilhões, segundo o Governo Federal), os 66 milhões de brasileiros com restrições de crédito, o desemprego na casa dos 10 milhões, entre outros.
Ele voltou a repetir que os problemas sociais e econômicos vividos pelo país são fruto de um modelo político de mais de 30 anos “de conchavo, corrupção e no toma lá dá cá”. Os pedidos pelo “voto útil”, feitos principalmente pela campanha petista nas últimas semanas, vão levar, segundo o candidato pedetista, a uma “fraude eleitoral”.
“O Brasil está na iminência de sofrer a maior fraude eleitoral da nossa história. As urnas são de fato invioláveis, mas a legítima vontade popular está sendo tremendamente violada”, disse.
Segundo Ciro Gomes, a campanha entrou num ritmo em que os eleitores "estão sendo forçados a apertar 13 ou 22 nas urnas eletrônicas", e que ambos os candidatos querem “eliminar a liberdade das pessoas de votarem, no regime de dois turnos, primeiro no candidato que mais representa seus valores e, se for o caso, de optarem depois por aquele que mais se aproxime de suas ideias”.
Para ele, é a privação dos eleitores testarem “a força de suas posições”, enfraquecendo o debate e a pluralidade de ideias.
“Por mais jogo sujo que pratiquem, eles não me intimidarão. Não fugirei do verdadeiro embate democrático e não compactuarei com essa farsa. Com rebeldia e esperança ainda podemos, juntos, salvar nossa pátria”, completou.
Veja aqui a íntegra do manifesto lido por Ciro Gomes na manhã desta segunda (26).
Discurso mais incisivo espantou apoio de aliados
Há pelo menos duas semanas, a campanha de Ciro Gomes tem visto aliados e dissidentes do PDT anunciando apoio à candidatura de Lula para terminar a eleição já no primeiro turno. E mesmo correligionários foram criticados pelo presidente da legenda, Carlos Lupi, que chegou a anunciar que quem fizer campanha dupla será excluído dos quadros do partido.
Um dos apoios que Ciro contava para esta eleição é o de Marina Silva (Rede), que fez as pazes com o ex-presidente e se aliou a ele nesta campanha. Mas, também de candidatos a governador como Weverton Rocha (MA) e Rodrigo Neves (RJ), que não o apresentam em seus materiais de campanha; a ex-correligionária Tabata Amaral (hoje no PSB), que fez um pedido de desculpas a ele ao anunciar o apoio a Lula; entre outros.
Desde então, Ciro Gomes vem subindo o tom da campanha em entrevistas e debates, dizendo que Lula e o PT representam um “fascismo de esquerda” , os comparou aos nazistas, e que a teoria do “deep state” não o deixa ser eleito. Este discurso foi muito usado pelo ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, de que há um acordo político-econômico entre o governo e o mercado financeiro que não o deixava governar.
Para Ciro Gomes, são estes interesses que não o deixam avançar na disputa eleitoral, que “na maioria das vezes em que um movimento nacionalista se levanta no Brasil, ele é destruído pelas forças do atraso ou se autodestrói por acordos eleitorais espúrios”.
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