Alguns dos candidatos derrotados na disputa à Presidência: Soraya Thronicke (União), Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Felipe d’Avila (Novo).| Foto: Divulgação/Band; Assessoria/Simone Tebet; EFE/Jarbas Oliveira; Assessoria/Novo
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Os candidatos da "terceira via" que tinham a esperança de chegar ao segundo turno da eleição após uma semana de campanha intensa na região Sudeste do país, lamentaram a votação deste domingo (2) que levou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ao segundo turno

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Em curto pronunciamento após a divulgação do resultado da eleição, Ciro Gomes (PDT), que terminou atrás de Simone Tebet (MDB) na quarta posição com 3,05% dos votos (com 99,33% das urnas apuradas), afirmou estar muito preocupado com o que será do país no segundo turno da disputa presidencial. Ele disse que ainda vai conversar com o PDT para decidir quais serão seus próximos passos.

“Estou profundamente preocupado com o que está acontecendo no Brasil. Nunca vi uma situação tão complexa, desafiadora e ameaçadora contra a nossa sorte como nação. Me deem mais algumas horas para conversar com o meu partido para que a gente possa achar o melhor caminho, o melhor equilibro, pra bem servir à nação brasileira”, disse ele em uma curta entrevista coletiva em Fortaleza, próximo ao final da apuração.

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Já Tebet preferiu manter a discrição e afirmou, em um pronunciamento após a apuração, que a “vontade soberana do povo brasileiro se fez presente nas urnas e nós, obviamente, acatamos a ela, que decidiu pela eleição em dois turnos”.

A senadora enalteceu a votação expressiva de mais de quatro milhões de votos que teve com a companheira, a candidata a vice Mara Gabrilli (PSDB), e disse que já tem uma posição sobre quem vai apoiar no segundo turno. No entanto, Tebet preferiu não revelar agora, mas deu um prazo de 48 horas para que os partidos de sua coligação – MDB, PSDB, Cidadania e Podemos – tomem uma decisão para que lado vão na disputa.

“Não esperem de mim omissão, eu tenho a minha decisão e vou me pronunciar, e espero que vocês entendam. A palavra agora está com os presidentes dos partidos”, concluiu.

A senadora sul-mato-grossense conquistou a terceira maior votação, ficando à frente de Ciro Gomes, que concorreu à Presidência da República pela quarta vez. Ela terminou com 4,17% dos votos.

Nas últimas semanas, Ciro e Simone foram alvos de uma intensa campanha pelo voto útil em favor dos dois candidatos, principalmente de Lula, ao longo de todo o primeiro turno da eleição. Ambos não pouparam críticas ao longo das últimas semanas de campanha, e chamaram o ato de “dar um cheque em branco” e uma violação do direito dos eleitores escolherem os seus candidatos.

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Analistas e especialistas em política afirmam que Simone Tebet saiu ganhando mesmo perdendo a eleição. Isso, porque, essa votação considerável para uma candidata que era desconhecida do grande eleitorado se torna um importante capital político com vista à próxima eleição presidencial, em 2026, em que a emedebista pode ocupar uma posição importante na ala de centro da política nacional.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

De olho na votação em 30 de outubro

A partir de agora, as coligações de Lula e Bolsonaro começam a articular o apoio dos partidos dos candidatos que não avançaram para o segundo turno – o que deve ocorrer ao longo desta semana.

Em uma nota à imprensa, Soraya Thronicke (União Brasil) agradeceu os votos que recebeu, mas que o apoio no segundo turno vai depender do que o seu partido decidir. A legenda, no entanto, ainda não indicou qual candidato fará campanha – “que a União reine no Brasil”, disse em uma publicação no Twitter.

Soraya disse, ainda, que volta ao Senado para cumprir o mandato pelo Mato Grosso do Sul, que vai até janeiro de 2027.

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Felipe d’Avila (Novo) manteve o silêncio após o fim da apuração, mas seu partido se pronunciou na tarde desta segunda (3). Em nota, a legenda lamentou a votação de Lula e Bolsonaro para o segundo turno, afirmando que "aqueles que tentaram construir uma alternativa sofreram as consequências de um país dividido".

O Novo lamentou também que teve um desempenho nas eleições legislativas "abaixo do esperado", mas que vai repensar a estratégia partidária nos próximos quatro anos, principalmente nas eleições municipais de 2016.

Padre Kelmon Luís (PTB) deve se pronunciar ainda nesta segunda (3), segundo sua coordenação de campanha.

Por outro lado, Sofia Manzano (PCB) declarou voto em Lula para o segundo turno em uma postagem no Twitter do partido. A legenda publicou uma longa carta sobre a eleição deste ano e a “disposição para as intensas lutas que a classe trabalhadora brasileira terá pela frente”.

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Disputa apertada

Os dois principais concorrentes ao Palácio do Planalto terminaram o primeiro turno com uma margem apertada de votos: Lula com 48,27%, e Bolsonaro com 43,33% com 99,33% das urnas apuradas -- matematicamente definida segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A disputa do segundo turno está marcada para o dia 30 de outubro.