O guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado em festa de aniversário que teve Lula como tema.| Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O assassinato do tesoureiro do PT e guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda gerou declaração de pré-candidatos à Presidência da República nas redes sociais, incluindo críticas à violência política. O petista foi baleado na noite de sábado (10) na festa de aniversário em Foz do Iguaçu, no Paraná, pelo policial penal federal Jorge da Rocha Guaranho. Já ferido, o tesoureiro do PT reagiu e atirou contra Guaranho, que está internado após também ter sido agredido com chutes por pessoas que estavam na festa.

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O presidente Jair Bolsonaro voltou a se pronunciar nesta segunda-feira (11) sobre o caso. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, relembrou que na campanha eleitoral de 2018 foi vítima de um ataque com faca. “Vocês viram o que aconteceu ontem, uma briga de duas pessoas, lá em Foz do Iguaçu? [Disseram] 'Bolsonarista', não sei o que lá. Agora, ninguém fala que o Adélio é filiado ao Psol, né?”.

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No domingo (10), ele pediu, pelas redes sociais, apuração do caso: “Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia”. O presidente também afirmou que dispensa o "apoio de quem pratica violência contra opositores".

O ex-presidente Lula, pré-candidato pelo PT, falou de paz, nesta segunda (11), em seu perfil nas redes sociais: “O povo brasileiro é um povo de paz. E precisamos recuperar a normalidade no nosso país. O Brasil precisa de cuidado, de educação, de um governo que trabalhe pelo bem de todos”.

No domingo, o presidenciável petista fez referência direta ao caso. “Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos com sua família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa de aniversário tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha. Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia ainda maior".

Lula também afirmou que a tragédia foi motivada pelo "discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável". "Pelos relatos que tenho, ele [Guaranho] não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz”, acrescentou.

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O que disseram os demais presidenciáveis

O pré-candidato da União Brasil, Luciano Bivar, replicou a notícia criticando, em sua conta de rede social, atitudes extremas. “Inadmissível onde chegamos. Esta doença 'política' contaminou nossa gente, até aqueles que amamos lá na casa da esquina”.

Da mesma forma, Felipe d’Avila, pré-candidato à Presidência pelo Partido Novo, lamentou, pelo Twitter, a incitação à violência. “Estamos caminhando a passos largos para a campanha política mais violenta que já vivemos. O assassinato do tesoureiro do PT, Marcelo de Arruda, em Foz do Iguaçu, era mais uma tragédia evitável.”

Horas antes, pela mesma rede social, d'Avila criticou a atitude de Lula: “Ontem, discursando em Diadema, Lula agradeceu o vereador do PT que feriu gravemente um empresário em frente ao Instituto Lula, em 2018, durante uma manifestação. Esse é o pacifista que vai acalmar os ânimos do país?”

André Janones, pré-candidato à Presidência pelo Avante, adotou o tom de combate à discussão irracional da política, sem citar diretamente o caso.

“O debate ideológico sem qualquer base racional leva a tragédia que vamos lamentar profundamente. Ninguém vai conseguir explicar essa paixão que leva um ser humano odiar o outro por convicções políticas diferentes. Hoje nós vamos lamentar, desejar condolências às famílias. Mas e amanhã? Amanhã nós vamos esquecer como esquecemos o Genivaldo assassinado brutalmente em uma viatura? Aplaudir e agradecer agressores durante discursos em cima de palanques, como feito ontem? Nós vamos nos chocar só com o agora? Não vamos mudar essa mentalidade? Nós vamos esperar que a tragédia, a barbárie chegue dentro das nossas casa pra combatê-la? Essa idiotização (que muitos chamam de polarização) não pode prevalecer. O Brasil precisa cuidar dos seus problemas reais, não criar novos”.

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Pelas redes sociais, a senadora Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB, manifestou-se contra a violência política. “Adversário não é inimigo. Que o caso de Foz do Iguaçu/PR faça soar o alerta definitivo. Não podemos admitir demonstrações de intolerância, ódio e violência política. Me solidarizo com as famílias de ambos. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade. É contra isso que luto e continuarei lutando. Tenho certeza que nós, brasileiros, temos todas as condições de encontrar um caminho de paz, harmonia, respeito, amor e dignidade humana para reconstruir o Brasil.”

O pedetista Ciro Gomes também lamentou atitudes de ódio. “É triste, muito triste, a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas. Que Deus, na sua misericórdia, interceda em favor de nós brasileiros, pacificando nossas almas, e traga conforto às duas famílias destruídas nesta guerra absurda, sem sentido e sem propósito.”