A reunião entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e embaixadores, nesta segunda-feira (18), gerou reações entre outros pré-candidatos à Presidência da República. Bolsonaro compartilhou com representantes de outros países suas dúvidas sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro, baseado no voto em urna eletrônica e na apuração por meio digital. Os presidenciáveis se posicionaram pelas redes sociais ou em nota à imprensa.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou de ironia para criticar a reunião. "É uma pena que o Brasil não tenha um presidente que chame 50 embaixadores para falar sobre algo que interesse ao país. Emprego, desenvolvimento ou combate à fome, por exemplo. Ao invés disso, conta mentiras contra nossa democracia", declarou no Twitter.
O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) classificou a reunião como "horrendo espetáculo" e disse que Bolsonaro cometeu "vários" crimes de responsabilidade. "Nunca, em toda história moderna, o presidente de um importante país democrático convocou o corpo diplomático para proferir ameaças contra a democracia e desfilar mentiras tentando atingir o Poder Judiciário e o sistema eleitoral", disse, em comunicado oficial.
Em nota à imprensa, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) considera que "passou dos limites" a "coleção de ataques à democracia" que Bolsonaro "acumula". "Desta vez, usando instrumentos oficiais, dentro do Palácio da Alvorada, faz o Brasil passar vergonha diante de embaixadores dos principais países do mundo, ao tentar desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", ponderou.
Para a emedebista, Bolsonaro repete o "costumeiro proselitismo político" para "confundir a população e esconder notória incapacidade de governar". A senadora reforçou sua confiança na Justiça Eleitoral e no sistema de votação por urnas eletrônicas e convidou outros candidatos a fazerem o mesmo.
O que dizem outros pré-candidatos da terceira via e da esquerda
O deputado federal André Janones (Avante) foi outro a criticar Bolsonaro. "Se o presidente não sofrer nenhuma consequência por seus atos criminosos na data de hoje, ele vai ter certeza absoluta de que poderá fazer qualquer coisa. De demonizara pleito, a tentar um golpe", declarou.
O empresário e cientista político Luiz Felipe D'Ávila (Novo) disse em suas redes sociais que Bolsonaro "deve ser o único presidente na história que contestou a validade da eleição que ele mesmo venceu". "E continua insistindo em desacreditar o sistema que já o elegeu seis vezes e seus familiares outras 13 vezes. Ironicamente, hoje ele disse não querer instabilidade no país", comentou.
A economista Sofia Manzano (PCB) disse que "a reunião de Bolsonaro com os embaixadores é mais um capítulo da agenda golpista". "Hoje ele anunciou ao mundo que não aceitará uma derrota nas urnas. É preciso mobilizar trabalhadores, sindicatos, movimentos populares e a juventude para barrar qualquer tentativa de golpe!", manifestou.
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