O debate entre candidatos ao governo de São Paulo, na noite de terça-feira (13), mais uma vez trouxe a polarização do cenário nacional para as discussões estaduais. Tentativas de se aproximar ou até de se distanciar da imagem dos padrinhos políticos também marcaram o evento. Promovido pela TV Cultura, Folha de S. Paulo e Uol, o debate contou com a participação dos candidatos Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Vinicius Poit (Novo), e Elvis Cezar (PDT).
Ao longo do debate, Haddad e Freitas repetiram a estratégia de enfatizar o apoio de seus principais padrinhos políticos, os candidatos a presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), respectivamente. Mas também tiveram de responder a críticas direcionadas aos presidenciáveis.
Haddad foi questionado sobre a corrupção no governo federal durante os mandatos de Lula e usou a mesma fórmula do ex-presidente para se defender das acusações. Ele disse que ninguém fortaleceu mais os órgãos de combate à corrupção e ao crime organizado do que o PT.
Outro tema do debate em São Paulo foi a gestão da pandemia no governo Bolsonaro. Freitas defendeu que o governo federal assinou contratos para compra de vacinas desde agosto de 2020, antes de a vacina ter sido desenvolvida, e disse que a União investiu quase R$ 30 bilhões para adquirir 500 milhões de doses. Ele disse que acredita na vacina e que seu eventual governo terá ações de estímulo à imunização. Mas ressaltou que entende que a vacina não deve ser obrigatória.
Haddad, na réplica, fez críticas à gestão federal quanto à vacinação, disse que o presidente não deu bom exemplo, e que o índice de vacinação tem caído anualmente desde que Bolsonaro assumiu o Executivo. O petista também questionou a fala de Freitas sobre a possibilidade de servidores públicos serem liberados de vacinação obrigatória. O candidato do Republicanos ressaltou que os servidores públicos sabem a importância da vacina e que não é necessário que o governo os obrigue.
Doria é citado
Além dos embates diretos entre os candidatos do PT e do Republicanos ao Palácio dos Bandeirantes, ambos e os demais participantes dirigiram perguntas e críticas ao governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), e à gestão do ex-governador João Doria (PSDB). Os rivais acusaram o tucano de tentar “esconder” Doria na campanha. O governador de São Paulo disse que não tem padrinho político e passou a tratar das realizações do mandato.
Garcia era o vice de Doria e assumiu o Palácio dos Bandeirantes em março deste ano, quando o então governador renunciou para tentar se lançar candidato a presidente. Sem sucesso, Doria decidiu se retirar da vida pública e voltou a atuar na iniciativa privada.
Confusão ao fim do debate
Uma confusão envolvendo o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos), candidato a deputado federal, e a jornalista Vera Magalhães foi registrada ao fim do debate. O político se aproximou da jornalista, passou a filmá-la e questionou se ela teria recebido dinheiro para falar mal do governo federal. O deputado também disse que a profissional é “uma vergonha para o jornalismo”, frase que foi dita por Bolsonaro em um debate presidencial.
Na sequência, o apresentador do debate e diretor de jornalismo da TV Cultura, Leão Serva, tirou o celular da mão de Garcia e arremessou o aparelho. O deputado foi ao debate com a equipe de Tarcísio de Freitas.
Após o ocorrido, Vera Magalhães disse que se sentiu agredida pelo deputado estadual enquanto exercia a sua profissão e que vai registrar boletim de ocorrência. Ela cobrou uma resposta de Freitas sobre a presença de Douglas Garcia no debate. Tarcísio de Freitas, Fernando Haddad e Rodrigo Garcia publicaram tweets em solidariedade à jornalista.
Também pelas redes sociais, o deputado estadual afirmou que não houve agressão e que deve desculpas a Freitas e não aos jornalistas. Douglas Garcia disse ainda que registrou boletim de ocorrência contra Vera Magalhães por difamação.
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