Não são só políticos, artistas e esportistas que têm manifestado apoio público a um dos dois candidatos à Presidência da República que disputam o segundo turno da eleição. O mesmo ocorre na cena econômica. Economistas, empresários, analistas de mercado e dirigentes empresariais vêm revelando publicamente seu voto, seja por meio de cartas de apoio ou isoladamente.
Do lado de Jair Bolsonaro (PL), há representantes de entidades ligadas ao agronegócio e de empresários próximos. Do lado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alguns dos criadores do Plano Real, ex-ministros da Fazenda e pesquisadores. Veja, abaixo, uma lista de apoios (por candidato e ordem alfabética).
Quem apoia Bolsonaro
Afrânio Barreira: empresário da rede de restaurantes Coco Bambu.
Carlos von Dollinger: ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) justificou seu voto em Bolsonaro afirmando ter tendências conservadoras.
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Sistema Faesp): é uma das poucas entidades empresariais a manifestar explicitamente seu apoio a um candidato. “Como representantes do setor agropecuário paulista, reiteramos nosso apoio à candidatura do presidente da República, Jair Bolsonaro, à reeleição”, diz a nota assinada por Fábio de Salles Meirelles, presidente da entidade.
Flávio Rocha: presidente do conselho de administração do grupo Guararapes, que controla a rede de lojas Riachuelo.
Gabriel Kanner: membro da família da rede de lojas Riachuelo, afirmou à “Folha” que a direita se consolidou como força política nas eleições de 2022.
José Isaac Peres: fundador e acionista da Multiplan.
Luciano Hang: dono da rede de lojas Havan e um dos primeiros aliados de Bolsonaro no meio empresarial.
Luís Carlos Corrêa Camargo: presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), destaca que Lula deixa claro que apoia a invasão de terras. Também destacou a fala do candidato petista dizendo que o agro era de direita e fascista. “É natural que o produtor fique com muito receio e olhe para essa candidatura como uma ameaça.”
Marco Aurélio Raymundo: presidente da Mormaii
Marcos Cintra: ex-secretário da Receita Federal no governo Bolsonaro e vice na chapa de Soraya Thronicke (União Brasil).
Oscar Luiz Cervi: um dos maiores produtores de grãos do Brasil, foi um dos principais doadores do agronegócio à campanha de Bolsonaro.
Roberto Justus: o empresário afirmou, em vídeo de apoio a Bolsonaro, que a votação do dia 30 é sobre o que vai ser deixado como legado e transmitido às futuras gerações. “De um lado, nós temos um grupo de pessoas que perdoa a corrupção, mas não aceita frases mal colocadas, que não apresenta proposta de governo, mas exige fidelidade cega. Do outro, alguém que, muitas vezes, é infeliz nas suas colocações, mas que luta pela liberdade individual.”
Rubem Novaes: o ex-presidente do Banco do Brasil cita a agenda liberal e a defesa das liberdades individuais por parte de Bolsonaro. Também considera que é inadmissível que alguém com o "currículo moral" de Lula possa pleitear a Presidência.
Winston Ling: empresário que apresentou Bolsonaro a Paulo Guedes.
Quem apoia Lula
Andrea Calabi: o ex-presidente do Banco do Brasil vê Bolsonaro como uma ameaça à democracia.
André Lara Resende: Um dos criadores do Plano Real, considera que uma eventual eleição de Lula reestabelecerá o país no cenário internacional, do ponto de vista ambiental, cultural e da democracia.
Armínio Fraga: ex-presidente do Banco Central e sócio da Gavea Investimentos. O motivo do apoio está relacionado à composição do Congresso, mais conservador e mais favorável a Bolsonaro.
Carlos Ernesto Agustin: um dos principais vendedores de semente de soja do país. Criador da empresa Petrovina.
Claudio Considera: pesquisador do FGV Ibre.
Edmar Bacha: um dos criadores do Plano Real.
Elena Landau: a economista responsável pelo programa de governo de Simone Tebet diz que, com o Congresso que foi eleito, não seria uma "combinação saudável" a reeleição de Jair Bolsonaro.
Felipe Salto: secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo e ex-diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI). Ele tuitou dizendo que Bolsonaro retirou o Brasil da cena internacional e tenta destruir a democracia e as instituições.
Henrique Meirelles: ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda. Diz que Lula é a melhor opção entre os dois candidatos, desde que haja responsabilidade fiscal, incluindo respeito ao teto de gastos.
João Nogueira Batista: conselheiro de empresas como a Braskem e a Wiz, aponta que Lula precisa explicitar e construir um programa negociado com o centro democrático. “O que a gente quer ver é um programa moderno e direcionado para combater as desigualdades, mas com responsabilidade.”
Laura Carvalho: professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP).
Mayara Félix: professora assistente de economia e relações internacionais na Universidade Yale (EUA).
Michael França: pesquisador do Insper.
Monica de Bolle: pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics (PIEE). Ela cita a necessidade de um contrapeso aos novos parlamentares eleitos.
Nelson Marconi: assessor econômico de Ciro Gomes (PDT) e professor da FGV.
Octaviano Canuto: ex-diretor do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Pedro Malan: ex-ministro da Fazenda no governo FHC.
Pedro Passos: cofundador da Natura, diz que seu voto vai para Lula porque enxerga uma ameaça institucional com o governo Bolsonaro. Passos afirmou que o atual presidente do país prometeu ser liberal, mas mostrou-se intervencionista.
Pérsio Arida: um dos “pais” do Plano Real, afirmou que Bolsonaro é um risco para a estabilidade institucional do país.
Philippe Reichstul: ex-presidente da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Diz que seu voto será a favor da democracia e do respeito à Constituição.
Sergio Firpo: coordenador do Centro de Ciência de Dados do Insper.
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