Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do TSE, ordenou a remoção de post da Gazeta do Povo no Twitter que citava apoio de Lula à ditadura na Nicarágua, na semana passada.| Foto: Antonio Augusto/TSE
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Entidades da sociedade civil e que militam pela causa da democracia repudiaram nesta quarta-feira (12) a nova ação do PT que pede ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) censura contra a Gazeta do Povo. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) disse ser "triste e assustador" que ainda hoje haja tentativas de censurar a imprensa no Brasil. O Instituto Democracia e Liberdade (IDL) considera que a tentativa de censura é grave e não pode ser tolerada.

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Na nova ação, os advogados da campanha do PT querem excluir a reportagem "Relacionamento entre Lula e ditador da Nicarágua está bem documentado" e impedir qualquer outra publicação sobre o tema.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) lamentou o pedido de censura por parte dos advogados do PT. "É triste e assustador se constatar que ainda hoje se tente censurar a imprensa no Brasil. Mesmo que o tema jornalístico já não fosse de amplo domínio público, a censura à imprensa é flagrantemente inconstitucional e retira da população o direito de se informar livremente. A ANJ espera que as autoridades judiciárias respeitem os preceitos mais básicos da Constituição e rejeitem mais essa tentativa de censura contra um jornal com mais de 100 anos de história e amplo respeito na comunidade", declarou a associação em nota.

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O Instituto Democracia e Liberdade (IDL) informou, nesta quarta-feira (12), que a Gazeta do Povo é "um dos jornais mais tradicionais do nosso país" e "o veículo de maior credibilidade de nosso Estado [o Paraná, sede do jornal e do IDL]", e que por isso merece o respeito de toda população brasileira e, especialmente, da paranaense.

"A Gazeta do Povo não pode ser censurada por publicar notícias que fazem parte da História de nosso país, como as que citam o notório apoio do candidato à Presidência do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. Isso é um fato e não pode ser censurado. A liberdade de expressão, de imprensa, a liberdade em si, não podem ser censuradas ou tolhidas. Isso está previsto em nossa Constituição, é um crime grave que não pode ser tolerado", disse o presidente do IDL, Edson José Ramon.

Ramon ainda afirmou que, caso o TSE determine a censura, o instituto declarará "repúdio e protesto veemente". "Ficarmos calados diante deste acinte é abrirmos mão da Democracia. Não podemos sobremaneira sermos coniventes com essa atitude danosa e nociva à nossa Nação”, disse.

Na semana passada, em resposta a outra ação movida pela coligação do PT, o TSE já havia determinado a remoção do tuíte de uma notícia publicada pela Gazeta do Povo cujo título era: "Ditadura apoiada por Lula tira sinal da CNN do ar".