As eleições do domingo (2) tiveram a vitória de nove ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL). Cinco foram eleitos senadores e quatro conquistaram vagas na Câmara dos Deputados. Dois estão na disputa do segundo turno das eleições para governos estaduais. E Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, disputa o cargo de vice-presidente na chapa encabeçada por Bolsonaro. Outros cinco ex-ministros de Bolsonaro que encararam as urnas foram derrotados.
No total, a gestão Bolsonaro, iniciada em 2019,tem 31 ex-ministros. Eles se distribuíram, na eleição atual, por seis partidos: Republicanos, PP, União Brasil, MDB, PMB e pelo PL de Bolsonaro.
Os cinco ex-ministros que venceram a disputa para o Senado são Damares Alves (Republicanos-DF), ex-titular da pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos; Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional; Marcos Pontes (PL-SP), ex-titular da Ciência e Tecnologia; Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura; e Sergio Moro (União Brasil-PR), que comandou o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Tanto Damares quanto Tereza Cristina venceram disputas contra adversários que também foram ministros do governo Bolsonaro. Damares superou no Distrito Federal Flávia Arruda (ex-ministra da Secretaria de Governo, do PL). E Tereza Cristina derrotou Luiz Henrique Mandetta (ex-ministro da Saúde, do União Brasil) no Mato Grosso do Sul.
Os ex-ministros que conquistaram uma cadeira na Câmara dos Deputados são Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), ex-titular do Turismo; Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde; Osmar Terra (MDB-RS), ex-titular da Cidadania; e Ricardo Salles (PL-SP), que foi o ministro do Meio Ambiente. Pazuello foi o segundo deputado federal mais votado do Rio, com 205,3 mil votos. Já Salles, com 640,9 mil votos, foi o quinto mais bem posicionado em São Paulo.
As eleições tiveram ainda a vitória de um aliado de Bolsonaro que, embora não tenha sido ministro, tinha um status parecido: Jorge Seif (PL), eleito senador por Santa Catarina, foi titular da Secretaria de Aquicultura e Pesca – área vinculada ao Ministério da Agricultura, mas que já tinha sido um ministério no passado. Outro caso que se enquadra nesta lista de "quase" ex-ministros que se elegeram é Mario Frias (PL), ex-secretário da Cultura do governo Bolsonaro – cargo que antigamente era o de ministro da Cultura. Ele se elegeu deputado federal por São Paulo.
Quem são os ex-ministros de Bolsonaro que disputam o 2.º turno
Ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, o general Braga Netto disputa a vice-presidência no segundo turno. Outros dois ex-ministros de Bolsonaro também estão na disputa do segundo turno: Onyx Lorenzoni (PL) concorre ao governo do Rio Grande do Sul e Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), ao de São Paulo.
Onyx Lorenzoni ocupou três ministérios diferentes ao longo do governo: foi titular da Casa Civil, da Cidadania e do Trabalho. Ele venceu o primeiro turno com 37,5% dos votos válidos. Vai enfrentar no segundo turno o ex-governador Eduardo Leite (PSDB).
Já Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura, também venceu o primeiro turno. Ele somou 42,3% dos votos válidos. Vai disputar o governo paulista contra Fernando Haddad (PT) – que também é ex-ministro, mas de governos petistas (ele comandou a pasta da Educação nas gestões de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva).
Quem foi derrotado nas urnas
Outros cinco ex-ministros de Bolsonaro saíram derrotados das urnas em 2022. A relação contempla tanto ex-auxiliares que permaneceram ao lado do presidente e foram apoiados por ele, como alguns que romperam Bolsonaro ao longo dos últimos anos.
Os "rompidos" são Abraham Weintraub, ex-titular da Educação, e Luiz Henrique Mandetta, que comandou a Saúde. Weintraub tentou uma vaga de deputado federal pelo PMB de São Paulo e Mandetta, uma de senador pelo União Brasil do Mato Grosso do Sul.
Os demais ex-ministros que fracassaram na disputa eleitoral são João Roma (PL), candidato ao governo da Bahia e ex-ministro da Cidadania; Flávia Arruda (PL), candidata ao Senado pelo Distrito Federal e ex-ministra da Secretaria de Governo; e Gilson Machado (PL), candidato ao Senado por Pernambuco e ex-ministro do Turismo.
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