Vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) cumpriu uma missão importante na campanha de Lula, dialogando com setores refratários ao petista| Foto: André Coelho/ EFE
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Além de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o resultado da eleição presidencial marca a volta por cima de outro político tradicional: o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Depois de fracassar em sua tentativa de chegar ao Palácio do Planalto em 2018, o ex-governador paulista passou por um inferno astral. Foi traído ainda durante a campanha eleitoral, quando muitos dos companheiros do PSDB, partido em que foi um dos fundadores e ao qual estava filiado, abandonaram sua candidatura. Depois da eleição, passou a ser boicotado internamente por uma ala liderada pelo então governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de quem foi padrinho político na eleição municipal de 2016.

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Sem espaço no ninho tucano, Alckmin se desfiliou em dezembro de 2021, após décadas de militância ao lado de nomes históricos do PSDB, como Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Estava decidido a se candidatar novamente ao governo de São Paulo por outro partido, embalado pelas primeiras pesquisas de intenção de voto que o colocavam em primeiro lugar na preferência do eleitorado.

Mas um convite inusitado mudou completamente seus planos para a eleição de 2022. Por meio do ex-governador Márcio França (PSB), Alckmin foi sondado para formar uma chapa com Lula. A aliança improvável - os dois foram adversários na eleição presidencial de 2006, decidida apenas no segundo turno - se mostraria uma jogada política perfeita - para ambos os lados. O candidato petista fazia um aceno importante ao centro democrático, enquanto o ex-tucano via a oportunidade de realizar o sonho de chegar ao Palácio do Planalto, mesmo que na condição de vice.

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Filiado ao PSB, Alckmin recebeu a missão de dialogar com setores mais refratários a Lula e ao PT, como o agronegócio, os evangélicos e o setor industrial, principalmente no interior dos estados do Sul/Sudeste. O papel estratégico do ex-governador não deu a vitória a Lula no estado de São Paulo como os coordenadores da campanha inicialmente projetaram. Mas atraiu votos suficientes para que Lula fosse ao segundo turno e para que agora vencesse a eleição presidencial mais apertada da história da democracia no Brasil.

A trajetória política de Geraldo Alckmin

Nascido em Pindamonhangaba (SP), em 7 de novembro de 1952, o vice-presidente eleito Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho é médico anestesista e professor. Começou a carreira política em 1973, quando assumiu o cargo de vereador na cidade natal.

Entre 1977 e 1982, foi prefeito de Pindamonhangaba. Ele também assumiu mandatos de deputado estadual (1983-1987) e deputado federal (1987-1995). Alckmin foi governador de São Paulo por dois períodos: de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018, sendo o político que por mais tempo comandou o governo paulista desde a redemocratização do Brasil. Foi vice-governador na gestão Mário Covas.

Alckmin foi candidato a presidente da República em 2006 e 2018 pelo PSDB, mas não chegou a ser eleito. Em março de 2022, migrou do PSDB para o PSB, para ser candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula.

Alckmin é casado desde 1979 com Maria Lúcia Guimarães Ribeiro Alckmin, mais conhecida como Lu Alckmin. O casal teve três filhos: Sophia, Geraldo e Thomaz. Este último morreu em um acidente de helicóptero, em abril de 2015.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]