O governo da Ucrânia retirou o ex-presidente Luiz Inácio da Lula da Silva, candidato à Presidência da República pelo PT, da lista de “oradores que promovem narrativas consonantes com a propaganda russa”. O motivo para atualização da lista não foi divulgado por Kiev. Ele era o único brasileiro que integrava o relatório feito pelo Centro de Combate à Desinformação do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia. Em declarações a veículos brasileiros, a assessoria de Lula havia contestado a inclusão dele na lista. A primeira versão do relatório continha 78 nomes, já a versão atualizada tinha 72 até a manhã desta quarta-feira (27).
A publicação havia atribuído duas narrativas pró-Russia ao petista: "A Rússia deve LIDERAR a "Nova Ordem Mundial” e “ Zelensky é o culpado pela guerra assim como Putin”. Mas o governo ucraniano não havia especificado quando nem em que contextos as frases teriam sido ditas.
Não foram encontrados registros de quando a primeira frase teria sido dita por Lula. Sobre a segunda, a declaração foi dada pelo petista em maio de 2022 à revista americana Time.
A assessoria de Lula havia ressaltado que o petista condenou a invasão da Ucrânia por parte da Rússia. E também disse ao jornal Folha de S. Paulo que tinha considerado que houve “má vontade” por parte do governo ucraniano ao incluir falas do ex-presidente brasileiro na lista. Ao comentar sobre o mesmo assunto, a assessoria do petista ainda afirmou à CNN Brasil que a segunda frase, que acusa Zelensky de ser tão culpado quanto Putin pela guerra na Ucrânia, estava “completamente descontextualizada” e que a primeira “nunca foi dita por Lula”.
Entrevista à revista Time
Ao veículo americano, em maio de 2022, o ex-presidente Lula disse que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é tão responsável pela guerra na Ucrânia quanto o líder russo, Vladimir Putin. "Às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin", afirmou Lula à jornalista Ciara Nugent. "Eu não conheço o presidente da Ucrânia. Agora, o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação". Lula ainda afirmou que Zelensky "quis a guerra".
À Time, Lula ainda ponderou que Putin não deveria ter invadido a Ucrânia, mas disse que os Estados Unidos e os países da União Europeia também são culpados pelo conflito. Na visão de Lula, esses atores poderiam ter "resolvido o problema" se tivessem negado a entrada da Ucrânia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e na União Europeia. "Os europeus poderiam ter resolvido e dito: ‘Não, não é o momento de a Ucrânia entrar na União Europeia, vamos esperar’. Eles não precisariam fomentar o confronto!".
Ainda comentando a guerra, Lula disse que "as pessoas estão estimulando o ódio a Putin" e que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, poderia ter ido a Moscou negociar com o líder russo.
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