O primeiro dia oficial de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta terça (16), foi marcado pelo retorno à Juiz de Fora (MG), onde sofreu um atentado durante um ato de campanha eleitoral em 2018. Ele escolheu a cidade mineira para o lançamento dos trabalhos como uma forma de “agradecer pela segunda vida” por ter sobrevivido ao ataque.
Perto do final da manhã, ele fez um breve discurso para um grupo de apoiadores no aeroclube da cidade sobre alguns feitos do governo ao longo da gestão, como a queda no preço dos combustíveis, a retomada da economia, a criação de empregos e o desempenho no combate à pandemia de Covid-19, lamentando também as mais de 680 mil mortes em decorrência da doença.
Bolsonaro disse que as decisões tomadas pelo governo, que podem ter desagradado a muita gente, foram as mais acertadas e que estão se refletindo na recuperação da economia. Focou, em especial, na geração de empregos e renda.
“A economia está recuperando, vocês estão vendo nos combustíveis, na energia elétrica, único país do mundo com deflação, empregos também aparecendo. No próximo mês, tenho certeza, vamos entrar na casa dos 8% [de desemprego]”, falou, citando o ministro Paulo Guedes.
O presidente também fez críticas a questões como a legislação que impõe penas a quem divulgar supostas fake news, lembrando que os vetos a alguns trechos ainda podem ser derrubados pelo Congresso. “Sempre defendemos a liberdade absoluta, que quem se ofendeu que vá para a justiça. Não se pode criar leis como a das fake news”, disse.
Restrições pandêmicas
Bolsonaro também resgatou os impactos causados pelas medidas tomadas por estados e municípios para o combate à Covid-19, o qual classificou como uma “ditadura”. A afirmação foi feita logo após citar a situação da Venezuela, um país rico em petróleo que, na opinião dele, fez escolhas políticas erradas.
“Vocês viram um pouco da ditadura aqui, com igrejas fechadas, fechando comércio, e a gente sabia onde isso ia dar. Não vou entrar em detalhes, vocês sabem o que fizemos, sob ataque da grande imprensa brasileira. Estamos vencendo tudo isso”, disse, usando termos ligados à religião diversas vezes para se comunicar com o público.
Ressaltou, em diversos momentos, que a liberdade no Brasil está ameaçada e fez comparações disso com a situação vivida pela Europa, mas citando outros problemas.
“Todos sabem que essa nossa união leva à vitória, e leva o Brasil aos poucos países do mundo onde se pode falar em democracia e liberdade. Se vocês olharem para a Europa, estão vivendo momentos muito difíceis, e a gente sabe que não é apenas pela questão da guerra”, afirmou citando também os incêndios florestais na França e o desabastecimento de combustíveis, fazendo um paralelo com o Brasil.
Pouco depois, Bolsonaro reuniu uma multidão no centro de Juiz de Fora, onde discursou em cima de um trio elétrico. Sem citar diretamente os presidentes anteriores, afirmou que o Brasil recuperou o patriotismo e que luta pela liberdade do país.
“Não há comparação, damos exemplo de patriotismo e de honestidade. Como é bonito, pelas minhas andanças pelo Brasil, cada vez mais vemos as cores verde e amarela predominante. Vamos fazer a nossa parte, com liberdade e conhecimento, libertar o nosso povo. Juro dar a vida pela nossa liberdade”, discursou.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro também fez uso da palavra durante o comício. Adotou um discurso religioso e convidou a todos os presentes a fazer uma oração. Em um tom mais crítico a adversários políticos e sem citações nominais, pediu a Deus "sabedoria e discernimento" aos brasileiros para não "entregar" o país nas "mãos dos nossos inimigos".
Agenda de Bolsonaro em Juiz de Fora
A agenda de Bolsonaro em Juiz de Fora também incluiu uma "motociata" com apoiadores. Ele deixou o município no meio da tarde com destino a Brasília, onde participaria da posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral.
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