• Carregando...
Debate Globo Lula Bolsonaro
Economia, armas e costumes devem pautar o último debate entre Lula e Bolsonaro nesta sexta (28), na TV Globo.| Foto: Renato Pizzutto/divulgação Band

A TV Globo realiza nesta sexta-feira (28) o último debate entre os candidatos à Presidência da República neste segundo turno, a partir das 21h30. Será a última vez em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão ficar cara a cara após o petista ter se recusado a comparecer aos debates promovidos pelo SBT/CNN Brasil e Record TV.

O programa será mediado pelo jornalista William Bonner e terá um formato semelhante ao adotado pela Band/TV Cultura no segundo turno, em que ambos compareceram, com os candidatos controlando o próprio tempo de pergunta, resposta, réplica e tréplica. Assim como nos encontros anteriores, o debate será sem público e terá a presença apenas de alguns assessores no estúdio.

Com previsão de duas horas de duração, o debate será dividido em quatro blocos de confrontos diretos entre temas livres e selecionados pelo departamento de jornalismo da Globo e um de considerações finais. A ordem de participação foi definida em sorteio com a presença de representantes dos candidatos e da emissora:

Primeiro bloco – temas livres com duração de 30 minutos divididos em 15 minutos para cada. Bolsonaro abre a rodada de perguntas.

Segundo bloco – com duração de 20 minutos, cada candidato poderá escolher um tema entre seis determinados para debater com seu oponente em 10 minutos (ou seja, dois assuntos serão tratados no bloco). Cada tema pode ser escolhido apenas uma vez, com Lula iniciando a rodada.

Terceiro bloco – a mesma dinâmica do primeiro, mas com Lula abrindo a rodada de perguntas.

Quarto bloco – a mesma dinâmica do segundo, mas com Bolsonaro iniciando o bloco.

Quinto bloco – os candidatos fazem suas considerações finais durante um minuto e meio cada, com Lula iniciando a fala, seguido de Bolsonaro.

A Gazeta do Povo acompanha o debate em tempo real nesta sexta (28), a partir das 21h30.

Preparação em paralelo aos últimos dias de campanha

A preparação para o último debate desta eleição já começou para Lula e Bolsonaro, com ambos se reunindo periodicamente com suas campanhas entre um comício e outro para traçar as estratégias de ataque e defesa.

Na campanha petista, o objetivo foi poupar Lula de grandes esforços, em especial as campanhas de rua, nesta quinta (27) e sexta (28). O ex-presidente está se preparando para usar melhor o tempo durante os confrontos com Bolsonaro, sem se alongar em explicações sobre temas que tem mais dificuldade, como os casos de corrupção em suas gestões – a estratégia é falar rapidamente e já engatar outra questão para não deixar seu oponente pautar as discussões.

Lula também deve explorar a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), aliado de Bolsonaro, em paralelo à flexibilização do acesso às armas de fogo, o que, segundo a narrativa dele, resultará em mais ocorrências como esta de contra-ataque às forças policiais. Isso, segundo a campanha, pode ajudar a ampliar o voto feminino, em que as mulheres costumam ter um posicionamento mais contrário às armas do que os homens.

Por fim, a campanha petista vai usar a economia, promovendo, em especial, o reajuste do salário mínimo com ganho real acima da inflação e a manutenção do Auxílio Brasil a R$ 600 no ano que vem. As duas questões geraram repercussão nas últimas semanas após terem sido prometidas pelo presidente, apesar de não constarem no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, já enviado ao Congresso Nacional – o documento apresenta um Auxílio Brasil de R$ 405 e um salário mínimo de R$ 1.302, o que significa a reposição da inflação de 7,41% sem aumento real.

Ligações com a esquerda latino-americana

Já na campanha de Bolsonaro, o objetivo é desidratar Lula e conseguir virar a votação neste domingo (30), superando os 6 milhões de votos de diferença para o petista no primeiro turno.

Para isso, Bolsonaro pretende ressaltar que o petista não compareceu aos debates do SBT/CNN Brasil e da Record TV, onde acabou sendo sabatinado sozinho, e contra-atacar temas que já sabe que serão usados pelo adversário, como a prisão de Roberto Jefferson e a liberação do porte de armas, que já vêm sendo usados na propaganda eleitoral de Lula. O presidente também pretende reafirmar a promessa de aumento real do salário mínimo e de manutenção do Auxílio Brasil a R$ 600 no ano que vem.

Outro ponto a ser explorado por Bolsonaro é a pauta de costumes e, principalmente, da religião, que tomou conta de parte do segundo turno, com citações às ações do governo da Nicarágua contra religiosos. O presidente deve reforçar a ligação de Lula com governos de esquerda da América Latina, como Venezuela e Cuba.

Bolsonaro também deve defender a gestão de seu governo frente à pandemia de Covid-19, como o início da vacinação um mês depois do Reino Unido, e salientar a recuperação da economia com a queda no preço dos combustíveis e a deflação por três meses seguidos de julho a setembro.

Mais um tema que pode ganhar destaque durante o debate é o de afirmar que a vitória de Lula vai incentivar a volta das invasões de terra, em um aceno para o agronegócio. O objetivo é aumentar a rejeição ao petista e enaltecer a emissão de mais de 400 mil títulos de propriedade a produtores rurais em assentamentos, que chegou a ser muito explorado durante a campanha do presidente.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]