O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem mais apoio entre os prefeitos das maiores cidades do Brasil do que seu adversário no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No total, oito dos 20 gestores dos municípios mais populosos estão com Bolsonaro. Lula tem o voto de seis destes prefeitos.
O petista, no entanto, leva vantagem sobre o presidente se consideradas as populações das cidades administradas pelos prefeitos que apoiam publicamente um dos dois candidatos. Os municípios governados por prefeitos que anunciaram voto em Lula têm, somados, cerca de 16 milhões de habitantes. Já as cidades cujos gestores expressaram apoio a Bolsonaro reúnem aproximadamente 10 milhões de moradores.
Os prefeitos das maiores cidades que apoiam Bolsonaro são:
- David Almeida (Avante), de Manaus;
- Sebastião Melo (MDB), de Porto Alegre;
- Guti (PSD), de Guarulhos (SP);
- Capitão Nelson (PL), de São Gonçalo (RJ);
- JHC (PL), de Maceió;
- Wilson Miguel (MDB), de Duque de Caxias (RJ);
- Adriane Lopes (Patriota), de Campo Grande;
- Alvaro Dias (PSDB), de Natal.
Já Lula dispõe do apoio dos prefeitos:
- Eduardo Paes (PSD), do Rio de Janeiro;
- José Sarto (PDT), de Fortaleza;
- Fuad Noman (PSD), de Belo Horizonte;
- João Campos (PSB), de Recife;
- Edmilson Rodrigues (Psol), de Belém;
- Doutor Pessoa (Republicanos), de Teresina.
A Gazeta do Povo verificou manifestações públicas de apoio a Bolsonaro ou Lula por parte dos prefeitos dos 20 municípios mais populosos do Brasil, de acordo com as estimativas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020.
As declarações de voto foram emitidas pelos prefeitos por meio de publicações em redes sociais, entrevistas à imprensa ou em eventos públicos, como comícios de um dos candidatos à Presidência da República. No caso dos prefeitos que não emitiram expressamente opinião sobre a disputa eleitoral, a reportagem consultou as assessorias dos políticos.
Brasília é a terceira cidade mais populosa do Brasil. No entanto, por ser o Distrito Federal, a localidade não é considerada um município e não tem prefeito. A capital nacional é administrada por um governador. O atual, Ibaneis Rocha (MDB), foi reeleito no primeiro turno. Ele é apoiador de Bolsonaro.
São Paulo encabeça time dos indecisos
O prefeito da maior cidade do Brasil, São Paulo, não anunciou publicamente apoio a Lula ou Bolsonaro. Ricardo Nunes (MDB), que atuou como cabo eleitoral de Simone Tebet (MDB) no primeiro turno, não tem respondido à pergunta sobre em quem votará no próximo domingo (30). "O MDB nacional liberou seus filiados. Ainda não há essa decisão sobre a questão nacional. Estou dialogando com os deputados. Irei me posicionar, mas vou seguir o trâmite. Pode ser hoje ou daqui alguns dias", disse à imprensa no último dia 14.
Atos e declarações públicas de Nunes, no entanto, indicam que Bolsonaro deve ser seu escolhido. O prefeito anunciou voto em Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), o candidato de Bolsonaro, no segundo turno da disputa ao governo de São Paulo. E também declarou que não apoia Lula "de jeito nenhum".
Outros prefeitos também estão evitando uma declaração de voto na disputa presidencial. É o caso de Bruno Reis (União Brasil), de Salvador; Rafael Greca (PSD), de Curitiba; Rogério Cruz (Republicanos), de Goiânia; e Eduardo Braide (sem partido), de São Luís.
No caso do prefeito de Salvador, um elemento que estimula a ausência de posicionamento é a eleição estadual. Reis é aliado de ACM Neto (União Brasil), que está no segundo turno contra Jerônimo Rodrigues (PT). Neto declarou que se manterá neutro em relação à disputa entre Lula e Bolsonaro. O candidato, que foi prefeito de Salvador, é adversário histórico do PT. Mas leva em conta o fato de que Lula teve, na Bahia, sua terceira maior votação proporcional em todo o Brasil.
A assessoria do prefeito de Campinas (SP), Dario Saadi (Republicanos), não retornou o contato da reportagem.
Zema e Garcia lideram marcha pró-Bolsonaro de prefeitos
A importância de prefeitos na corrida presidencial foi acentuada após atos recentes promovidos pelos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).
Zema, que neste segundo turno atua como um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro, tem dialogado frequentemente com prefeitos mineiros para convencê-los a apoiar o presidente da República. O governador usa como um de seus argumentos a gestão de seu antecessor, Fernando Pimentel (PT). Segundo Zema, a administração do petista foi marcada por crises econômicas que afetaram o trabalho dos prefeitos.
Já Garcia, que também passou a defender Bolsonaro no segundo turno, reuniu prefeitos, na última quinta-feira (20), em um jantar com o presidente no Palácio dos Bandeirantes, a sede do governo paulista. O ato reuniu gestores de cidades de diferentes portes.
No primeiro turno das eleições presidenciais, Bolsonaro foi o mais votado em 11 dos 20 municípios mais populosos:
- Rio de Janeiro
- Belo Horizonte
- Manaus
- Curitiba
- Goiânia
- Guarulhos
- Campinas
- São Gonçalo
- Maceió
- Duque de Caxias
- Campo Grande
Já Lula venceu nas outras nove:
- São Paulo
- Salvador
- Fortaleza
- Recife
- Belém
- Porto Alegre
- São Luís
- Natal
- Teresina
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