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Simone Tebet e Geraldo Alckmin foram escalados por Lula para virar votos em Minas Gerais| Foto: Fernando Bizerra/EFE

Aliados estratégicos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificam na reta final de campanha a mobilização junto a segmentos de eleitores considerados estratégicos na votação do próximo domingo (30). Enquanto Lula foca em agendas corpo a corpo com o eleitorado, nomes como Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula, a senadora Simone Tebet (MDB), e o deputado eleito Guilherme Boulos (Psol) foram escalados para agendas em Minas Gerais, por exemplo.

A mobilização em Minas é vista como a mais importante faltando três dias para o segundo turno, tendo em vista as investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado no segundo turno e o apoio do governador reeleito Romeu Zema (Novo). Lula venceu em Minas com 48% dos votos válidos no primeiro turno, enquanto Bolsonaro obteve 43%. Os petistas tentam manter a vantagem no estado, que é o segundo maior colégio eleitoral do país.

Tebet desembarca no estado nesta quinta-feira (27) mirando o eleitorado de centro e o setor empresarial. A emedebista, que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial, vai se encontrar com empreendedores e lideranças de partidos de centro em Divinópolis, centro-oeste do estado. O roteiro da senadora também inclui Sete Lagoas, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A expectativa da campanha do PT é de que a senadora consiga reverter votos neste segundo turno tanto em Divinópolis, quanto na capital Belo Horizonte. Apesar de ter vencido no estado, Lula ficou atrás de Bolsonaro nas duas cidades no primeiro turno. Por isso, é esperado que Tebet suba o tom contra Zema por causa do apoio a Bolsonaro neste segundo turno. Para a emedebista, o governador se escondeu "sob o manto da neutralidade no primeiro turno para não se indispor com os eleitores de Lula no estado".

Assim como Tebet, Alckmin esteve nesta semana em Alfenas, no sul de Minas, para falar com representantes do agronegócio, de cooperativas e empreendedores. O vice de Lula também esteve em Lavras, onde se encontrou com lideranças regionais, entre as quais políticos e comerciantes. O vice de Lula foi escalado para tentar reverter o apoio de Bolsonaro junto ao setor empresarial e buscou amenizar críticas sobre a relação do PT com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Alckmin afirmou que "as pessoas têm uma visão equivocada do MST" e que o "grande perigo" para o agronegócio é o governo de Jair Bolsonaro. Nas agendas, o vice de Lula disse que vai haver espaço "para o pequeno, para a cooperativa" e para o "grandão crescer também".

Boulos tenta manter militância engajada em Minas

Em outra frente, Guilherme Boulos também foi escalado para visitar Minas Gerais, mas com foco na militância de esquerda. Nesta semana, por exemplo, o deputado eleito se reuniu com estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) para discutir a mobilização até o próximo domingo (30). 

O objetivo da campanha de Lula é manter a militância ativa e incentivar o voto de jovens que tiraram o título, mas que não votaram no primeiro turno. A avaliação de aliados de Lula é de que o campo da esquerda precisa focar em atos de rua como forma de manter o engajamento do eleitorado no estado. “Estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance para que possamos derrotar Bolsonaro no dia 30 de outubro”, afirma Boulos. 

Antes de Minas, ele já havia cumprido o mesmo papel de manter a militância engajada em São Paulo em defesa da campanha de Fernando Haddad (PT) ao governo estadual. De acordo com interlocutores do PT, foi detectada uma desmobilização por parte da esquerda diante da campanha de Haddad, depois do resultado do primeiro turno. O PT esperava que o candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes terminasse em primeiro lugar, mas ficou atrás de Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Bolsonaro no estado.

Ao longo do segundo turno, Boulos passou por 11 cidades paulistas, entre a região metropolitana da capital e o interior. Boulos foi o deputado mais bem votado do estado, com mais de 1 milhão de votos.

Meirelles se contrapõe a Paulo Guedes na reta final da campanha de Lula

Outro aliado que tem desempenhado papel estratégico na campanha do PT na reta final da campanha é Henrique Meirelles, que comandou o Banco Central nos governos Lula. A avaliação é de que o economista faz um contraponto ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

Como a Gazeta do Povo mostrou, a campanha de Lula tem explorado temas como a desindexação do salário mínimo e o fim dos descontos com despesas médicas e de educação no Imposto de Renda como forma de atrair eleitores das classes C e D e da classe média. A estratégia ocorre em meio à ofensiva da campanha de Bolsonaro para mitigar possíveis perdas do eleitorado diante dessas pautas.

Nos últimos dias, por exemplo, Meirelles tem feito diversas sinalizações no intuito de dar credibilidade à pauta econômica do ex-presidente Lula. Desde o início da campanha, o candidato do PT vem sendo cobrado por setores da economia por propostas como a revogação do teto de gastos e revisão da reforma trabalhista.

"Algumas pessoas falam: 'E o cheque?'. O Lula quer um cheque em branco? Não, quem quer cheque em branco é o Bolsonaro, que estourou a parte fiscal, levou a inflação para a lua, o Banco Central subiu a taxa de juros, e tem 30 milhões de desempregados. Isso aí, sim, é querer um cheque em branco. O Lula, não, o cheque dele está assinado. Ele já trabalhou, já criou empregos e gerou renda. Agora é questão de chegarmos domingo com força e energia para ganharmos essa eleição histórica do Brasil", disse Meirelles em um evento recente de campanha.

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