O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou durante discurso à militância na Avenida Paulista, em São Paulo, que o resultado das urnas neste domingo (30) foi a "vitória da democracia". O petista chegou ao local acompanhado da esposa, a socióloga Rosângela "Janja" Silva.
"Essa não é uma vitória minha, não é só uma vitória do PT, foi uma vitória de todas as mulheres e homens que amam a democracia. Essa foi uma vitória de todos que quiseram liberar o Brasil do autoritarismo", disse Lula.
O presidente eleito afirmou que, a partir desta segunda-feira (31), pretende começar a discutir com os aliados a composição do governo. Ele disse ainda que não sabe se o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai ajudar no período de transição.
"Vamos começar a discutir como é que a gente vai governar esse país. Preciso saber se o presidente derrotado vai permitir uma transição. Eu tenho dois meses para montar o governo, conhecer a máquina. Eu preciso escolher bem todos que vão participar da nova democratização do nosso país. Essa é a vitória mais consagradora, pois derrotamos o fascismo e a democracia está de volta ao Brasil", discursou.
Ao final do seu discurso, Lula afirmou que Bolsonaro não lhe telefonou até o momento para reconhecer o resultado das urnas. "Ele até agora não ligou, não sei se vai ligar ou se vai reconhecer", disse ainda.
Lula diz que vai governar para todos o brasileiros
O agora presidente eleito afirmou ainda que essa foi a disputa eleitoral mais "difícil" de sua carreira política. "Nunca enfrentamos uma batalha em que o adversário trabalhou com uma verdadeira fábrica de fake news. Estou muito emocionado porque foi a guerra mais difícil que enfrentei", disse o petista.
Apesar das críticas ao presidente Bolsonaro, Lula voltou a defender durante o seu discurso na Paulista que irá governar para todos os brasileiros. "Fui eleito para governar para 215 milhões de brasileiros. Eu vou governar para todos, sem fazer distinção, sem olhar se é de esquerda ou de direita. Mas embora eu vá governar para todos, são os mais necessitados que irão receber a politica mais influente do meu governo", afirmou.
Aos apoiadores, Lula reforçou o discurso de que o seu governo será composto pela frente ampla que apoiou sua candidatura. "O governo será montado com a cara da minha vitória. Vamos ter que conversar com muita gente que está com raiva", disse.
Além de Lula, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), garantiu que o novo governo será marcado pela união. "Como disse o presidente Lula, agora é um só Brasil", afirmou.
Vice na chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que apenas o petista tinha condições de "vencer o fascismo". "Só com a sua liderança teríamos condições de vencer a indústria das fake news, do ódio e da violência. Só Lula teria condições de enfrentar o uso e abuso da máquina pública jamais vista nesse país. Obrigado, Lula", disse.
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