Pela primeira vez no segundo turno da eleição presidencial deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu dois dos seus principais apoios em um mesmo ato de campanha, nesta sexta-feira (21). De olho no voto dos mineiros, o ex-presidente fez um comício em Juiz de Fora (MG) ao lado da senadora Simone Tebet (MDB) e da deputada federal eleita Marina Silva (Rede). Minas é o único estado do Sudeste em que Lula saiu vitorioso no primeiro turno, mas onde o governador Romeu Zema (Novo) decidiu apoiar Jair Bolsonaro (PL) nesta reta final.
O ex-presidente questionou o apoio de Zema a Bolsonaro em um estado que votou majoritariamente nele, afirmando que é estranho o governador ter mantido a neutralidade no primeiro turno e se associado ao presidente no segundo.
“Porque as pesquisas indicaram que 40% a 48% dos eleitores dele votavam em mim. Passou o primeiro turno, ele viu que o candidato dele estava perdendo e mudou de lado, isso é mentir para sociedade”, criticou o petista.
Ainda durante o encontro com apoiadores e jornalistas, Lula comentou a decisão da ministra Maria Cláudia Bucchianeri de suspender a própria decisão de conceder direito de resposta a ele em 164 inserções no programa de Bolsonaro. Disse que sua equipe jurídica passou o dia em Brasília discutindo o revés no Tribunal Superior Eleitoral e que, em caso de decisão favorável no julgamento do mérito no plenário virtual do TSE, marcado para este sábado (22), usará o tempo para fazer propostas em vez de atacar o adversário. “São esses assuntos que interessam para o povo”, afirmou.
O candidato petista comentou também uma declaração recente do ministro da economia, Paulo Guedes, de que os reajustes do salário mínimo e da aposentadoria podem ser desvinculados da inflação do ano anterior. A fala levantou dúvidas se o objetivo da medida é impedir o ganho real (reajuste acima da inflação) de trabalhadores e pensionistas.
A declaração de Guedes passou a ser usada por Lula para argumentar que, nas duas gestões dele, o salário mínimo era acima da inflação “com o [índice do] PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas no país) dos últimos dois anos como aumento real”.
“E isso simplesmente acabaram, como se a pessoa que ganha o salário mínimo simplesmente não precisasse ter um aumento de vez em quando para poder continuar comprando os remédios que eles [governo Bolsonaro] também acabaram com o Farmácia Popular”, disse Lula.
Lula é o candidato que melhor defende a democracia, dizem Tebet e Marina
Em seu primeiro palanque ao lado de Lula, a ex-presidenciável Simone Tebet aproveitou para explicar porque decidiu apoiá-lo neste segundo turno, mesmo com diferenças de pensamento em questões políticas e econômicas.
Em um rápido discurso, a senadora disse que a eleição virou uma “guerra santa” em pleno século 21, e que Bolsonaro nem poderia “ser considerado candidato numa democracia como a do Brasil”. O coro de críticas foi engrossado por Marina Silva, que reconheceu o afastamento de Lula desde a eleição de 2014, quando teve a candidatura atacada pelo PT em favor de Dilma Rousseff. Mas disse que essa é uma disputa diferente que a fez rever os laços a favor do petista.
“Tivemos uma conversa de duas horas que foi tão boa que gerou uma conversa pública, onde assumimos um compromisso com a agenda socioambiental brasileira. É muito natural que estejamos aqui em um movimento para unir o Brasil em torno de quem reúne as condições para manter a democracia”, afirmou.
Marina também enalteceu o que seria uma campanha de diferentes ideologias a favor de uma mesma causa, explorando as diferenças entre ela e Tebet. “Nesse momento em que o Bolsonaro quer dividir o Brasil, olha o que acontece com Lula: temos duas mulheres aqui, uma do centro-oeste e outra da Amazônia, uma que tem uma visão atualizada do que é a agricultura e uma do meio ambiente, uma branca e uma preta, uma católica e uma evangélica. Esse Brasil cindido que o Bolsonaro quer impor até dentro das igrejas não vai prevalecer”, defendeu.
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