As duas regiões mais populosas do Brasil, Sudeste e Nordeste são as apostas dos principais nomes da corrida presidencial deste ano, até o momento. Além da preocupação com a formação de palanques nestas regiões, nomes como do presidente Jair Bolsonaro (PL), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB) estão concentrando suas agendas nos estados destas regiões neste período de pré-campanha.
Conciliando as atividades de presidente com a pré-campanha à reeleição, Bolsonaro intensificou o ritmo de viagens pelo país nos últimos meses. Há algumas semanas, por exemplo, Bolsonaro esteve no Piauí, onde inaugurou o serviço 5G em uma fazenda, na cidade de Baixa Grande do Ribeiro, a 583 km de Teresina.
Antes disso, o chefe do Palácio do Planalto já havia passado pelo Rio Grande do Norte para entregar uma estação de trem em Natal e pela Bahia, onde participou do lançamento de uma obra para o Hospital Santo Antônio, em Salvador. Apesar do tom eleitoral dos eventos, onde o presidente costuma posar ao lado de nomes que irão construir palanques para sua candidatura nestes estados, Bolsonaro sinalizou que não está em campanha política.
"Nós conhecemos na pele o que foi feito nesses últimos 14 anos em nosso Brasil. Não queremos isso de volta. Ninguém está aqui fazendo campanha política. Estamos botando na mesa o que aconteceu lá atrás e o que acontece nos três anos do nosso governo", afirmou o presidente, sem citar nomes durante sua passagem pelo Rio Grande do Norte.
No mesmo evento, Bolsonaro também listou iniciativas do seu governo, como Auxílio Brasil e a conclusão da transposição do Rio São Francisco, para defender o legado do governo. Nos encontros, estiveram ao lado do presidente os então ministros Rogério Marinho e João Roma, pré-candidatos ao Senado no Rio Grande do Norte e ao governo da Bahia, respectivamente.
Já no Sudeste, Bolsonaro tem investido na candidatura de aliados, como a do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo, para ampliar sua base no maior colégio eleitoral do país. No começo de março, o presidente usou o evento de concessão de rodovia em São Paulo para enaltecer a pré-candidatura do agora ex-ministro da Infraestrutura.
Ainda no Sudeste, o presidente passou por Minas Gerais na semana passada, onde participou de uma cerimônia de regularização fundiária em uma cidade do noroeste mineiro – de acordo com o governo federal, 8.225 famílias mineiras receberam títulos de propriedade emitidos pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) desde 2019. Na ocasião, Bolsonaro disse que ainda neste ano quer voltar a Juiz de Fora, cidade mineira onde foi alvo de um atentado a faca.
"Eu quero voltar a Juiz de Fora ainda no corrente ano. Ali, aquela cidade marcou a minha vida. Boas lembranças tenho em grande maioria naquele local. Ali, os médicos e profissionais de saúde da Santa Casa salvaram a minha vida. Ali, despontou uma pessoa que, mais do que jurar a vida pela sua Pátria, tudo fará também pela nossa liberdade", afirmou o presidente.
No fim do mês, a expectativa é de que Bolsonaro volte a Minas Gerais para participar da abertura da Expozebu. Em maio, outras viagens ao estado estão previstas, para visitar e autorizar obras em cidades como Governador Valadares, Montes Claros e Belo Horizonte.
Lula escala Alckmin para agenda no Sudeste enquanto o petista vai rodar o Nordeste
Com a oficialização da indicação de Geraldo Alckmin (PSB) com vice na chapa do PT, o ex-presidente Lula pretende intensificar a pré-campanha pelos estados a partir do mês de maio. A pré-candidatura deve ser lançada durante um evento marcado para o ocorrer em São Paulo no dia 7 de maio, ao lado de lideranças de partidos como PCdoB, PV e PSol.
A partir daí, a expectativa é de que, assim como Bolsonaro, estados da região Sudeste e Nordeste ganhem protagonismo nas agendas de Lula e Alckmin. A cúpula do PT prepara uma caravana de Lula pelo estado de Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, onde o petista pretende amarrar o seu palanque no estado junto ao pré-candidato ao governo mineiro pelo PSD, Alexandre Kalil.
De Minas, Lula pretende embarcar para o Nordeste, onde vai manter agendas com governos aliados e lideranças estaduais. Aliados do ex-presidente admitem que o crescimento de Bolsonaro nas pesquisas acendeu um alerta dentro do PT e que, a partir de agora, a margem para erros está reduzida e é preciso partir para o modo campanha o quanto antes.
Paralelamente, Alckmin vai rodar o estado de São Paulo na busca de reduzir as resistências em relação à sua composição com o PT. Além disso, o ex-governador pretende trabalhar em estados do Sul, região onde Lula ainda não conseguiu consolidar palanques competitivos para a disputa.
“Agora é que vamos começar a viajar, conversar, explicar, convencer, de maneira respeitosa, mas mostrando a realidade que estamos vivendo e os riscos que a política e o povo estão correndo”, disse Alckmin.
Doria vai ao Nordeste gravar propaganda partidária do PSDB
Buscando viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto pelo PSDB, o ex-governador de São Paulo João Doria escolheu os estados do Nordeste para começar sua pré-campanha. A estratégia, segundo aliados do tucano, é de que Doria se torne conhecido por parte desse eleitorado. No último levantamento do instituto Quaest, de abril, o pré-candidato não pontuou no Nordeste nem no Norte.
"Vou começar pelas regiões mais pobres e mais vulneráveis no Nordeste brasileiro, dialogando com a população e conhecendo ainda melhor os seus problemas", sinalizou Doria.
Um dos primeiros destinos de Doria foi Rio de Contas (Chapada Diamantina, Bahia), cidade onde o pai dele nasceu. Ao lado do prefeito, Dr. Cristiano Cardoso de Azevedo (PSB), o pré-candidato visitou o cartório da cidade — que ainda tem guardados os documentos de sua família — e a casa de seu avô, construída no século 19.
Na passagem pela cidade, Doria gravou algumas imagens que devem ir ao ar na propaganda partidária do PSDB no final deste mês. A ideia, segundo aliados do governador, é remontar a estratégia de 2018, quando o então candidato ao governo de São Paulo usou como mote da campanha o slogan o “João trabalhador”, mas desta vez embalado pelo slogan de “pai da vacina”.
Ciro Gomes e Simone Tebet concentram suas agendas pelo Sudeste
Na contramão de João Doria, o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), deixou o Nordeste e concentrou suas agendas neste primeiro trimestre nos estados do Sudeste. Neste período, por exemplo, a campanha do pedetista trabalhou para viabilizar palanques em estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
Como estratégia, Ciro Gomes deixou Fortaleza, no Ceará, e se mudou para São Paulo no final do ano passado. "Hoje, São Paulo é o centro da crise brasileira, e não há saída para o Brasil sem passar, antes, por São Paulo", justificou o pré-candidato.
Assim como Ciro Gomes, a pré-candidata pelo MDB, senadora Simone Tebet tem concentrado suas agendas pelo Sudeste, em visitas e encontros com aliados de São Paulo e Rio de Janeiro. A região concentra os principais nomes do MDB que tentam viabilizar a pré-candidatura de Tebet pela chamada terceira via.
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