Eleito prefeito de Belo Horizonte por dois mandatos, Alexandre Kalil (PSD) deixou a gestão municipal em abril deste ano para se candidatar ao governo de Minas Gerais. Ao seu lado, na campanha, estará o candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o vice André Quintão, petista acertado após a coligação.
A primeira vitória de Kalil nas urnas foi nas eleições municipais de 2016. Na época filiado ao PHS (partido que, em 2019, foi incorporado ao Podemos), ele fez 52,98% dos votos em um segundo turno contra o tucano João Leite. Naquela campanha, deu ênfase à sua experiência como empresário e presidente do Clube Atlético Mineiro.
No primeiro mandato de Kalil, a Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou o Plano Diretor do município, que se arrastava em discussões desde 2015. A aprovação foi vista como fruto da articulação promovida pelo prefeito. Também enfrentou algumas crises, como as enchentes de janeiro de 2020, que mataram 13 pessoas.
Na pandemia de Covid-19, sua gestão foi marcada pelo rigor de medidas de enfrentamento à doença. Ele foi um dos primeiros prefeitos a decretar o fechamento do comércio não essencial, ainda em março de 2020.
Com boa aprovação de governo e já no PSD, Kalil se candidatou para a reeleição e venceu com 63,36% dos votos ainda no primeiro turno, mesmo sem fazer campanha nas ruas por causa da pandemia. Já em seu segundo mandato, ele tentou aprovar um subsídio para o transporte público, visando reduzir o preço da passagem de ônibus, mas não teve apoio dos vereadores.
Kalil renunciou ao cargo de prefeito em março para disputar o governo de Minas Gerais. Disse, na ocasião, que deixa a prefeitura de BH com a sensação de dever cumprido. "Dever cumprido não é sucesso, dever cumprido é sentir que fiz o que pude, dever cumprido é, se errei, foi sem querer. Cumpri meu dever", afirmou.
No fim de maio, o Ministério Público de Contas (MPC) recomendou que a Câmara Municipal rejeite as contas da gestão de Kalil referentes ao ano de 2019 por considerar que houve "maquiagem contábil" para encobrir um déficit de R$ 20 bilhões no Fundo Financeiro do Regime de Previdência dos Servidores.
A Prefeitura afirma que não houve irregularidades e a assessoria do pré-candidato alega que há perseguição por parte do procurador do MPC que assinou a recomendação. O Tribunal de Contas do Estado, que anteriormente tinha recomendado em relatório a aprovação das contas do então prefeito, ainda deve apresentar um parecer sobre o caso.
Antes de entrar para a política, Kalil estudou engenharia civil até o quarto ano, mas não completou o curso. Deixou os estudos para trabalhar na empresa da família, a Erkal Engenharia, cuja falência foi decretada em 2016 pela justiça de Minas Gerais. Do tempo como empresário, Kalil ainda carrega dívidas de IPTU e pendências com a justiça do trabalho.
O mineiro também foi presidente do Clube Atlético Mineiro entre 2009 e 2014. Nas eleições de 2014, ele chegou a lançar candidatura para deputado federal pelo PSB, mas desistiu do pleito após a morte de Eduardo Campos, que era pré-candidato a presidente pelo partido.
Ficha do candidato
- Nome: Alexandre Kalil
- Vice: André Quintão (PT)
- Partido: PSD
- Idade: 63 anos
- Data de nascimento: 25/03/1959
- Ocupação: Empresário
- Grau de Instrução: Ensino Superior Incompleto
- Estado Civil: Casado
- Município de nascimento: Belo Horizonte/MG
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Relação com Lula, transição, possíveis secretários: o que se sabe sobre o futuro governo Tarcísio em SP
Tarcísio de Freitas (Republicanos) é eleito governador de São Paulo
Em SP, Haddad tenta virada sobre Tarcísio explorando caso de Paraisópolis
Quais são as propostas de Tarcísio e Haddad para a segurança pública e outros 4 temas