O ministro Paulo de Tarso, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a imediata suspensão da propaganda eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é chamado de “ladrão” e “corrupto”. A decisão foi dada em caráter liminar, na quarta-feira (12), após ação impetrada pela Coligação Brasil da Esperança, de Lula, na Justiça Eleitoral. A questão ainda será analisada pelo plenário do TSE.
A campanha do PT questionou a argumentação apresentada na peça do candidato do PL sobre a situação jurídica de Lula. Um dos trechos da propaganda de Bolsonaro diz que "[...] a maior mentira dessa eleição é dizer que Lula não é ladrão. Votar no Lula é votar em corrupto [...]".
Diante disso, a coligação petista alegou ao TSE que o estado de inocência termina apenas quando a sentença transitar em julgado e citou que houve ofensa à honra do ex-presidente.
“A veiculação de falsas informações pelos representados, além de ofensa à honra da representante, constitui verdadeiro ato de divulgação e compartilhamento de fato gravemente descontextualizado que viola o voto livre e consciente”, diz o PT na ação.
O argumento foi aceito pelo ministro do TSE. Segundo Tarso, a propaganda de Bolsonaro não respeitou o princípio da presunção de inocência de Lula. Em caso de descumprimento, a decisão prevê multa de R$ 50 mil por cada inserção.
“Não há mera menção a fatos pretéritos referentes às condenações posteriormente anuladas pelo STF, mas atribuições ofensivas que desborda da mera crítica política, pois transmite mensagem que imputa ser o candidato ‘corrupto’ e ‘ladrão’, desrespeitando regra de tratamento decorrente da presunção constitucional de inocência e que viola os preceitos normativos previstos nos arts. 243, IX, do Código Eleitoral e 22, X, da Res.-TSE nº 23.610/2019”.
Situação jurídica
Matéria da Gazeta do Povo mostrou que, desde que teve as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e vários processos arquivados por prescrição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a dizer que foi “absolvido” e o PT de que foi “inocentado”.
Uma afirmação do tipo foi feita por Lula no debate da Band do primeiro turno. “Eu fui absolvido em todos os 26 processos [...] Fui absolvido na primeira, na segunda instância e duas vezes na Suprema Corte”, disse o petista, durante diálogo com Ciro Gomes (PDT). “Não foi absolvido”, rebateu o candidato do PDT.
Nos dois processos em que foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro – nos casos do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia –, as sentenças foram anuladas por questões processuais e não em razão de uma revisão sobre a ocorrência ou não dos pagamentos de propina e tentativas de ocultar a vantagem indevida.
Eleição sem Lula ou Bolsonaro deve fortalecer partidos do Centrão em 2026
Saiba quais são as cinco crises internacionais que Lula pode causar na presidência do Brics
Elon Musk está criando uma cidade própria para abrigar seus funcionários no Texas
CEO da moda acusado de tráfico sexual expõe a decadência da elite americana
De político estudantil a prefeito: Sebastião Melo é pré-candidato à reeleição em Porto Alegre
De passagem por SC, Bolsonaro dá “bênção” a pré-candidatos e se encontra com evangélicos
Pesquisa aponta que 47% dos eleitores preferem candidato que não seja apoiado por Lula ou Bolsonaro
Confira as principais datas das eleições 2024
Deixe sua opinião