O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, apresentou nesta quarta-feira (28) a sala de totalização de votos da Corte. Participaram da apresentação o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto; advogados de vários outros partidos e representantes de entidades fiscalizadoras e missões internacionais de observação. O objetivo de Moraes foi mostrar que não existe uma suposta "sala secreta" de contagem de votos.
Todos os candidatos à Presidência foram convidados para a visita, mas nenhum compareceu em razão de compromissos de campanha nesta reta final antes do primeiro turno. Além de Alexandre de Moraes, o secretário de Tecnologia do TSE, Júlio Valente, acompanhou os visitantes para explicar a eles o que ocorre no ambiente e como trabalham os funcionários do setor.
A sala é equipada com cerca de 20 computadores comuns, dispostos em mesas típicas de ambientes de trabalho e operados por técnicos da Corte. Eles basicamente monitoram, no dia da eleição, a transmissão dos arquivos digitais contendo os boletins de urna emitidos em cada seção eleitoral. O boletim é um extrato emitido por cada urna com a soma dos votos recebidos naquela seção pelos candidatos. É com base nele que os votos são totalizados no TSE.
A sala de totalização, localizada no terceiro andar do edifício-sede do TSE, em Brasília, fica separada por um vidro transparente de um ambiente maior, semelhante, onde ficam servidores de outras áreas da Secretaria de Tecnologia da Corte.
“Esse ambiente tem todos os representantes das principais áreas da Secretaria de TI [tecnologia da informação], sistemas administrativos, corporativos, mobile, infraestrutura e também totalização. Essas pessoas, no dia da eleição, não contam os votos. Monitoram o ambiente de informática para que os sistemas, já lacrados, sejam executados de forma adequada, sem sobressaltos. É uma equipe que fica monitorando e verificando”, afirmou Valente.
TSE diz que ministro da Defesa não teve dúvidas sobre a sala de totalização
Segundo Valente, durante a visita, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, não manifestou nenhuma dúvida. Ao final da apresentação, jornalistas perguntaram a Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, se a sala era “secreta”. “Não tem mais, agora é aberto”, respondeu ele, que foi ao local acompanhado do engenheiro Carlos Rocha, um dos desenvolvedores da urna eletrônica e responsável pela auditoria que o partido realizou no sistema de votação neste ano.
Desde o ano passado, o presidente Bolsonaro, que frequentemente questiona a integridade do sistema eletrônico de votação, critica o que chama de “sala secreta” ou “sala escura” do TSE – onde, segundo ele, os votos seriam contados por um pequeno grupo de servidores.
Por isso, o TSE tem chamado autoridades, imprensa e influenciadores de internet para conhecer o ambiente e esclarecer sobre o que ocorre ali no dia da votação. “Nós realizamos hoje uma visitação à sala de totalização exatamente para mostrar o que já é óbvio. Mas sempre é importante atuar com transparência, com lealdade a todos aqueles que participam do processo eleitoral para demonstrar, como vocês puderam ver, que é uma sala aberta, é uma sala clara. Não é nem sala secreta, nem sala escura”, disse Alexandre de Moraes ao final da visita.
Ele reiterou que os servidores não contam os votos. “Não há contagem manual de votos. A partir do momento em cada urna eletrônica é finalizada, já sai o boletim de urna com os votos. Isso entra no sistema. Esse sistema faz a totalização a partir do programa que nós mesmos lacramos nas urnas no dia 2 de setembro. Não há participação humana nisso. A sala de totalização acompanha para evitar algum problema na rede, para evirar sobrecarga. Os técnicos acompanham com total fiscalização. A apuração é transparente, a apuração é auditável, e a apuração é fiscalizada por todos aqueles que estão inscritos”, afirmou o ministro.
No dia da eleição, entidades fiscalizadoras terão acesso à sala
No próximo domingo (2), dia do primeiro turno da eleição, representantes de todas as entidades fiscalizadoras terão acesso à sala a partir das 16h30. Isso inclui partidos, Polícia Federal, Ministério Público, Tribunal de Contas da União, Ordem dos Advogados do Brasil, Congresso, Forças Armadas, entre outros. Às 17h, com o fim da votação em todo o país, os arquivos dos boletins de urna começarão a chegar ao TSE – precisamente, num datacenter, um “supercomputador” que soma todos os votos e fica localizado num anexo do tribunal bastante protegido. Imediatamente, os resultados oficiais começam a ser divulgados, em tempo real.
Valente explicou que, ao longo da totalização, os representantes poderão visualizar, nas telas dos computadores da sala, sistemas que acompanham o recebimento dos boletins de urna, de geração de arquivos para a imprensa e outros sistemas de informática do TSE. “Toda informação que circula aqui é de monitoramento e controle”, disse o secretário.
No dia da eleição, além da visita à sala de totalização, as entidades fiscalizadoras também poderão acompanhar o teste de integridade de 641 urnas eletrônicas. No sábado (1.º), máquinas que seriam usadas na eleição serão retiradas da seção, substituídas por urnas reservadas, e serão submetidas a uma votação simulada, com candidatos reais. Os mesmos votos serão inscritos em cédulas e depois os resultados vão ser comparados.
Em 56 urnas, o teste será realizado com uso de biometria e num ambiente próximo, de modo a aproximar ao máximo a possível a urna de uma condição normal de uso – esse foi um pedido das Forças Armadas atendido pelo TSE neste ano. Além disso, os militares também deverão comparar cerca de 385 boletins de urna físicos, que são impressos pelas urnas ao final da votação, com seus arquivos digitais que chegam ao TSE e compõem a totalização. Eles serão divulgados na internet pelo tribunal ao final da votação.
O Tribunal de Contas da União (TCU) pretende fazer a mesma fiscalização, mas em 4.161 boletins de urnas.
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