A TV Morena realizou na noite desta quinta-feira (27) o último debate ao governo de Mato Grosso do Sul. O encontro entre Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB) foi marcado por trocas de acusações entre os candidatos e acenos aos eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, que fez 52,7% dos votos no primeiro turno em Mato Grosso do Sul.
Riedel acusou Contar de "fugir dos debates" e questionou quais as soluções o deputado estadual iria apresentar para a economia do Mato Grosso do Sul. O candidato do PRTB, por sua vez, pediu respeito do tucano à sua família, após a campanha do adversário citar um processo em que a esposa do militar é acusada de um contrato fraudulento de publicidade com a Prefeitura de Ribas do Rio Pardo.
"No último debate, as minhas filhas choraram por dias pela sua postura indelicada ao colocar o nome da mãe delas e delas em situação constrangedora. Sei que isso não consegue refletir em fake news que a sua equipe faz sobre a minha família diariamente. Não sei onde aparece tanto dinheiro para criar situações constrangedoras", declarou Contar.
Outro foco de discussão entre os candidatos foi um vídeo divulgado nas redes sociais em que, supostamente, um servidor público estaria coagindo beneficiários do programa Mais Social a votarem em Riedel. Questionado sobre o tema por Contar, o candidato tucano declarou que a denúncia deve ser investigada pela Justiça Eleitoral e pelo Ministério Público e que "temos que ser intolerante com esses tipos de prática".
Um ponto de convergência entre os candidatos foi a pauta ambiental, em especial pelo Mato Grosso do Sul ser um dos principais produtores agropecuários do Brasil.
Contar afirmou que deseja fomentar a geração de energia renovável, para que o governo possa financiar programas de reflorestamento e de recuperação de matas ciliares, a fim de reduzir os efeitos da emissão de gases de efeito estufa. "O Brasil tem a meta de reduzir em 50% a emissão dos gases de efeito estufa até 2030 e 100% até 2050", lembrou.
Já Riedel pontuou que, na agropecuária, o estado tem quase quatro milhões de hectares de pastagens completamente degradadas. "A interferência nessa área é fundamental para estimular o produtor a recuperar essas área degradadas. Temos ainda 6 milhões de hectares em degradação".
Ambos os candidatos utilizaram as considerações finais para também pedir votos dos eleitores para o presidente Bolsonaro.
Disputa centrada nas principais metrópoles do estado
Os últimos dias da campanha de Capitão Contar e Eduardo Riedel serão centrados nas principais cidades do Mato Grosso do Sul. No primeiro turno, Contar venceu nos três municípios de maior população do estado: Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
Mas Riedel levou vantagem no interior do Mato Grosso do Sul, puxado pelo apoio do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e por mais de 90% das prefeituras do estado, que declararam apoio à candidatura tucana.
No primeiro turno a diferença de votos entre os candidatos foi de 22.294, a segunda menor entre todos os estados do Brasil - atrás apenas de Rondônia.
"Estamos fazendo uma campanha de baixo custo, 10% do que meu adversário está utilizando. Tenho o engajamento voluntário do cidadão sul-mato-grossense. Muito disso é pela minha proximidade ao presidente Bolsonaro. Também sou capitão do Exército e alinhado com as pautas conservadoras. Com exceção ao PT, todos os outros candidatos estão me apoiando no segundo turno. Porque a esquerda está alinhada ao PSDB aqui", declarou Contar em entrevista à Gazeta do Povo.
Eduardo Riedel, por sua vez, está apostando no diálogo com os municípios. "Neste segundo turno conversamos muito população e com as lideranças de todo o Estado para fortalecermos nossas parcerias em prol do desenvolvimento dos 79 municípios. O diálogo foi a marca de nossa campanha, e vamos finalizá-la desta forma", disse a campanha do tucano, em nota enviada à Gazeta.
Na reta final, o candidato está priorizando a capital Campo Grande e os principais municípios que representam as regiões do estado.
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