O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Doria, criticou neste domingo (10) o governo de Jair Bolsonaro por não fazer as reformas administrativa e tributária. “Não vamos ter Posto Ipiranga”, disse, numa referência ao ministro da Economia, Paulo Guedes – a promessa do presidente, na campanha de 2018, era de que ele teria total autonomia para tocar as reformas econômicas.
“Não vamos ter Posto Ipiranga. Até porque o Posto Ipiranga faliu, faliu rápido. E não foi uma alternativa adequada ao Brasil, vide a inflação, a falta de credibilidade, a rejeição internacional que o Brasil recebe de grandes instituições financeiras, e também daquelas de crédito e de investidores internacionais, por falta de credibilidade, falta de orientação, falta de gestão econômica”, afirmou Doria, por videoconferência, na Brazil Conference, evento de sabatinas e palestras realizado por estudantes brasileiros em Boston, nos Estados Unidos.
Ele disse que seu programa econômico será apresentado “em breve” e está sendo elaborado pelas economistas Zeina Latif, Ana Carla Abrão e pela advogada tributarista Vanessa Rahal, e sob a coordenação do ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
“Vamos sim avançar na reforma tributária, na reforma administrativa, coisa que esse governo não teve coragem de fazer. Escolheu o caminho mais fácil, que foi entregar o governo ao Centrão. Aquilo que se criticava nas eleições de 2018 foi exatamente a atitude covarde e fraca de um governo sem líder que admitiu que a ruptura do teto de gastos fosse admitida como algo possível, quando isso deveria ser condenado”, disse Doria.
Durante boa parte da sabatina, Doria destacou programas sociais que implementou em São Paulo. Disse que, após entrar na vida pública, em 2016, como prefeito da capital paulista, tornou-se um “liberal social”.
“Antes de vir à vida pública, eu era um liberal. Hoje eu me confesso um liberal social, porque eu via a dimensão real da pobreza no nosso estado e não é diferente no país, aliás ela é pior no restante do país. Portanto, não há como ter uma política liberal econômica sem ter uma política social, que representa o investimento do Estado, a obrigação do Estado de estar ao lado dos mais pobres e reduzir as diferenças sociais”, afirmou.
“E como o Estado pode fazer isso, sendo liberal na economia? Fazendo reformas, que lamentavelmente o governo federal não fez: a reforma administrativa e a reforma fiscal. Sem considerar que a reforma da previdência foi incompleta, inclusive porque não envolveu estados e municípios”, completou depois.
Ele também criticou a política ambiental do governo Bolsonaro na proteção da Amazônia e a presença de militares em cargos da administração federal.
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